segunda-feira, 16 de março de 2020

Linguagem formal e Linguagem informal

Linguagem formal e linguagem informal



A diferença da linguagem formal e informal está no contexto em que elas são utilizadas e na escolha das palavras e expressões usadas para comunicar.
A linguagem formal está ligada ao uso das normas gramaticais, enquanto a linguagem informal é mais livre, sendo mais utilizada em situações cotidianas.
Linguagem formalLinguagem informal
O que é
A linguagem formal é aquela que usamos em situações mais formais, sendo marcada pelo uso da norma culta.
É utilizada em situações profissionais, acadêmicas ou quando não existe familiaridade entre os interlocutores, ou seja, em situações que exigem mais seriedade.
A linguagem informal é utilizada em situações mais descontraídas, quando existe uma familiaridade entre os interlocutores.
Nela, não é necessário o uso da norma culta, sendo comum o uso de gírias e coloquialismos.
Características
  • Utilização da norma culta, respeitando rigorosamente as normas gramaticais;
  • Utilização de um vocabulário extenso;
  • Pronúncia correta e clara das palavras.
  • Despreocupação com o uso de normas gramaticais;
  • Utilização de coloquialismos, expressões populares, gírias, palavras inventadas (neologismos);
  • Uso de palavras abreviadas, como vc e ;
  • Sujeita a variações culturais e regionais.
LinguagemCulta.Coloquial.
Norma gramaticalUso correto das normas.Não precisa seguir as normas.
Onde é usado
Situações mais formais, como; discursos políticos, entrevistas de empregos, palestras, concursos públicos e documentos oficiais.
Geralmente, é utilizada quando falamos com superiores, autoridades ou públicos.
Utilizada em conversas cotidianas, em mensagens de celular, chats. Geralmente, é usada em conversas entre amigos e familiares.
Uso mais comumQuando escrevemos.Quando falamos.
ExemploVocê viu o que está acontecendo?Nossa, cê viu o que tá acontecendo?

O que é e quando usamos linguagem formal?

Linguagem formal
A linguagem formal é uma linguagem menos pessoal do que a informal. É usada quando se escreve para fins profissionais ou acadêmicos, como atribuições universitárias. A linguagem formal não usa coloquialismos, abreviações ou gírias.
Usamos principalmente linguagem formal ao escrever, como em artigos acadêmicos, e-mails comerciais ou relatórios. No entanto, a linguagem formal também é utilizada em casos de palestras ou apresentações.

O que é e como usamos linguagem informal?

informal
A linguagem informal é mais casual e espontânea, fugindo um pouco das normas gramaticais.
Ele é usada principalmente quando falamos de forma mais impulsiva e casual, como em conversas com família e amigos. O tom da linguagem informal é mais pessoal do que da linguagem formal.
Porém, a linguagem informal não é usada apenas quando falamos. Podemos usar linguagem informal também quando escrevemos, como por exemplo, em um cartão postal para um membro da família ou uma mensagem de texto para um amigo. Algumas publicidades também utilizam desse tipo de linguagem para causar efeito e atingir o público-alvo.

Exemplos de uso de linguagem formal e linguagem informal

Usando abreviações

Linguagem formal: Como você está?
Linguagem informal: Como cê tá?
Nesse exemplo, o "cê" e o "tá" substituem o "você" e o "está", caracterizados pela linguagem informal.

Usando gírias e expressões

Linguagem formal: Estou muito atrasado.
Linguagem informal: Caramba! Tô muito atrasado.
No exemplo acima, a linguagem informal é caracterizada pelo uso da gíria "caramba", e também é exemplo do uso de expressões utilizadas oralmente, como o "tô".

Ortoépia e Prosódia

Ortoépia e Prosódia



Ortoépia

Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos.

A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das consoantes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.

Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:

a- pronunciar erradamente as vogais quanto ao timbre:

- pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta...

- pronúncia errada, timbre aberto (é, ó): omelete, alcova, crosta...

b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra, prostrar/ prostar, reivindicar/revindicar...

c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...

d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro.

e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabornato, muçulmano/ mulçumano.

f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bungiganga ou buginganga

g- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar "àas" cinco horas.

h- ligar as palavras na frase de forma incorreta:


correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas.

Exemplo de ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.


Prosódia

A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras, tomando como padrão a língua considerada culta.

Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que frequentemente geram dúvidas quanto à prosódia:

1) oxítonas:

cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.

2) paroxítonas:

avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia, ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pudico, rubrica, tulipa.

3) proparoxítonas:

aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo, zéfiro.

Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta.
Exemplos:

acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e outras.

Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação:
Exemplos:
valido/ válido

Vivido /Vívido

Curiosidades

Casos mais frequentes de pronúncias diferentes da língua padrão:

Ortografia-significação


Mal e mau




A melhor maneira de entender a diferença entre mal e mau é pelo contexto em que as palavras se encontram. Isto porque mal diz respeito ao contrário de bem, enquanto mau se refere ao oposto de bom.

Definição de mal

“Mal” é o antônimo de bem. A palavra “mal” é um advérbio de modo, se referindo sempre a um verbo, e também pode ser utilizada como substantivo, quando significa “doença”, por exemplo.
Como advérbio, pode significar algo que foi feito de forma errada. Se usada como substantivo, pode ser sinônimo de desgraça ou problema, e também pode surgir no plural (males) e ser precedido por um artigo, pronome ou adjetivo.
Além disso, “mal” também pode ser uma conjunção subordinativa temporal. Isto quer dizer que pode substituir expressões como “assim que”, “logo que” ou “quando”. Neste caso, a palavra indica uma passagem de tempo.

Exemplos com a palavra mal

  • Advérbio de modo: João se comportou mal.
  • Substantivo: Há males que vêm para o bem.
  • ConjunçãoMal terminou a prova, o sino tocou.

Definição de mau

“Mau” é o antônimo de bom e significa algo ou alguém "sem qualidade". Também pode ser sinônimo de cruel, ruim, malvado, entre outras denominações negativas.
A palavra “mau” é um adjetivo, ou seja, é utilizada para descrever algo ou alguém. Portanto, sempre será empregada neste sentido. O plural de "mau" é maus, enquanto o feminino é .

Exemplos com a palavra mau

  • mau tempo fez com que a festa fosse cancelada.
  • A professora estava de mau humor durante a manhã.
  • O homem pode deixar de ser mau.

    MAU

    É um adjetivo (Regra: é usado como contrário de bom.)
    Exemplos:
    - Eduardo é um mau garoto.
    - Ela está sempre de mau humor.

    MAL

    Pode ser:
    advérbio de modo (Regra: é usado como contrário de bem.)
    substantivo (Regra: é usado com sentido de doença, tristeza, desgraça, tragédia.)
    conjunção temporal (Regra: é usado com o sentido de quando.)
    Exemplos:
    - Ele dirige muito mal. (adv)
    - Ela cantava mal. (adv.)
    - Mal cheguei em casa, o telefone tocou (conj.)
    - Mal me viu, começou a falar sobre o fato. (conj.)
    - Seu mal não tem cura. (subst.)
    - Deve-se evitar o mal. (subst.)
  • Um aluno se sentiu mal esta manhã.
    Um aluno se sentiu bem esta manhã.
  • Maria foi muito mal na prova.
    Maria foi muito bem na prova.
  • O cão ficou conhecido por ser mau.
    O cão ficou conhecido por ser bom.
  • O casal teve muitos maus momentos.
    O casal teve muitos bons momentos.


Onde ou aonde?


Onde ou aonde? Você já teve dúvida na hora de usar essas palavras? Pois saiba que dúvidas são muito frequentes, já que são palavras bem parecidas, estão relacionadas à ideia de lugar/localização e costumam ter a mesma função morfológica e sintática.
Apesar disso, é necessário entender que elas possuem significados um pouco diferentes e seu uso não deve ocorrer de maneira indiscriminada. Portanto, vamos observar o que cada uma significa e quando utilizá-las.
Onde e aonde são palavras cujos usos geram dúvidas.

Quando usar onde?

Como dito anteriormente, onde costuma ser utilizado como advérbio de lugar ou como pronome relativo. Essa palavra possui noção de lugar, mas sempre no sentido estático, permanente, isto é, sem movimento.
Comumente utilizado como advérbio interrogativo (aquele que inicia uma pergunta) para saber a localização de algo ou de alguém, onde também é muito usado como pronome relativo, ligando um termo ao outro ou uma oração à outra. Nesse caso, pode ser substituído pelos termos “em que”, “no qual”, “na qual” sem alteração de sentido.
Vamos ver alguns exemplos:
  • Onde você está?
(Advérbio)
  • O local onde eu trabalho fica no centro da cidade.
  • O local em que eu trabalho fica no centro da cidade.
  • No lugar onde moro faz calor.
  • No lugar em que moro faz calor.
(Pronome relativo)
Quando usar aonde?
Aonde possui lógica semelhante à da palavra onde: mesmas funções e ideia de lugar. Porém, sua diferença está no fato de apresentar noção de movimentoAonde não apresenta ideia de permanência, mas de movimento, transporte.
Isso acontece porque acrescenta-se a preposição a à palavra onde, o que dá indicação de movimento de acordo com a regência dos verbos que acompanham essa palavra. Nos casos em que onde pode ser substituído por “em que”, “aonde” pode ser substituído por “a que”/ “ao qual”/ “à qual”.
Observe:
  • Aonde você o levou?
(Advérbio interrogativo)
  • O local aonde eu preciso ir fica no centro da cidade.
  • O local ao qual eu preciso ir fica no centro da cidade.
  • No lugar aonde cheguei faz calor.
  • No lugar a que cheguei faz calor.
(Pronome relativo)
Dúvidas comuns
Vale ressaltar algumas dúvidas muito comuns que ocorrem no momento de usar onde ou aonde. Embora onde possa ser substituído por em que quando se tratar de pronome relativo, o caminho inverso nem sempre pode ser feito, isto é, nem sempre em que pode ser substituído por onde. Isso porque onde tem ideia de lugar/localização, enquanto em que pode ter um sentido mais amplo.
Construções como “O lugar onde moro” podem ser substituídas por “O lugar em que moro”, uma vez que indicam lugar. Porém, construções como “A sociedade em que vivo” ou “A época em que vivemos” NÃO podem ser substituídas por “A sociedade onde vivo” ou “A época onde vivemos”, já que não existe ideia de lugar nesses casos, e sim de contexto.
Embora na linguagem informal utilize-se a preposição em para reger o verbo chegar (“Cheguei no trabalho”), esse uso é considerado inadequado para a linguagem formal e foge à regra culta da língua portuguesa.
A regência do verbo chegar é com a preposição a (“Cheguei ao trabalho”) e, por isso, aonde (a + onde) será utilizado quando o contexto pedir e quando o verbo for chegar. Assim, é necessário prestar atenção à regência dos verbos para entender quando aplicar onde e aonde.
Exercícios resolvidos
1 – Assinale a alternativa que está de acordo com as normas da linguagem formal da língua portuguesa:
a) “Aonde você mora?”
b) “Nós chegamos onde queríamos.”
c) “Onde vamos?”
d) “Veja no mapa aonde precisamos ir.”
2 – Assinale a alternativa cuja lacuna é corretamente completada por “onde”:
a) O bairro ____ vivo é bem movimentado.
b) Na sociedade ____ vivemos, há muita violência.
c) O lugar ____ fomos é bastante arborizado.
d) ____ vamos chegar desse jeito?
RESPOSTAS
1 – d)
No item a), “morar” indica “permanência”, portanto, utiliza-se “onde”.
Nos outros itens, “chegar” e “ir” indicam movimento, portanto, utiliza-se “aonde”.
2 – a)
“Viver” indica “permanência”, portanto, utiliza-se “onde”.
No item b), o correto seria utilizar “em que”, já que “sociedade” não é um lugar.
Nos itens c) e d), “ir” e “chegar” são verbos que indicam “movimento”, portanto, utiliza-se “aonde”.

DÚVIDAS DE SIGNIFICAÇÃO

Soar ou suar

Estas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. São palavras com significados diferentes, devendo ser usadas em situações diferentes.
Soar indica, principalmente, o ato de emitir som.
Suar indica, principalmente, o ato de transpirar.

Verbos soar: sinônimo de ecoar

O verbo soar se refere ao ato de emitir, produzir ou fazer som, eco ou vocalizações. Significa também o ato de divulgar alguma coisa, bem como parecer ou dar sinal de algo.

Exemplos com soar

  • Abra a porta somente quando ouvir soar a campainha.
  • Os sinos daquela igreja soam de meia em meia hora.
  • Esta história não soa nada bem.
Soar tem sua origem na palavra em latim sonare, devendo assim ser escrito com o.

Verbos suar: sinônimo de transpirar

O verbo suar se refere ao ato de transpirar, ou seja, de verter suor pelos poros da pele. Significa também o ato de trabalhar muito para conseguir alguma coisa.

Exemplos com suar

  • Preciso tomar um banho porque eu estou suando muito.
  • Eu tive de suar muito até conseguir uma boa condição econômica.
  • Com tanto calor é impossível não suar.
Suar tem sua origem na palavra em latim sudare, devendo assim ser escrito com u.

Conjugação de soar e suar

A principal confusão entre os verbos soar e suar surge na sua conjugação, principalmente no presente do indicativo.
Presente do indicativo - verbo suar:
(Eu) suo
(Tu) suas
(Ele) sua
(Nós) suamos
(Vós) suais
(Eles) suam
Presente do indicativo - verbo soar:
(Eu) soo
(Tu) soas
(Ele) soa
(Nós) soamos
(Vós) soais
(Eles) soam
Soar e suar: verbos parônimos
As palavras soar e suar são escritas de forma parecida e são pronunciadas de forma parecida, mas seus significados são diferentes. A este tipo de palavras chamamos palavras parônimas.
Na língua portuguesa, existem diversas palavras parônimas:
  • soar e suar;
  • despercebido e desapercebido;
  • precursor e percursor;
  • discriminar e descriminar;
  • iminente e eminente;
  • retificar e ratificar;

Significação de Vocábulos

"Perca" ou "Perda"?



As palavras "perca" e "perda" são parônimas, ou seja, possuem grafia e pronúncia semelhantes. Por esse motivo, há muita confusão quando empregadas. Entenda o significado de ambas:
Perca - é uma forma verbal, ou seja, flexão do verbo “perder”. Aparece na primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo e na 3ª pessoa do singular do imperativo. Exemplos:
a) Não perca tempo! (3ª pessoa do singular do imperativo)
b) Não quero que ele perca essa vaga! (3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo)
Perda - é um substantivo. Exemplos:
a) Espero que não haja perda de bagagens nesta companhia aérea.
b) Carolina está triste, pois a perda do pai a abalou muito.


domingo, 1 de março de 2020

FIGURAS E VÍCIOS DE LINGUAGEM

 Figuras e vícios de linguagem

As figuras de linguagem dividem-se em figuras de som, de pensamento (ideias) e das próprias palavras).
As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.

Figuras de som


a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais” (Luan Farigotini)

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa)
c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.
“Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias” (Padre António Vieira)

Figuras de construção


a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
com calma sem sofrer” (Olavo Bilac)

d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.
“Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores” (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro)

e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:
 silepse de gênero
Vossa Excelência está preocupado.

• silepse de número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.

• silepse de pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.”

f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
“O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto” (Carlos Drummond de Andrade) .

g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal”
(Fernando Pessoa)

h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
“ Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer” (Camões)

Figuras de pensamento


a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza)

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Estava morrendo de fome. (em vez de estava com muita fome)

e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
“Devagar as janelas olham…” (Carlos Drummond de Andrade)

f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac)

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).
“Ó Leonor, não caias!”

Figuras de palavras


a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa)

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).

c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
O Rei do Futebol (em vez de Pelé)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
“Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin)