O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, demonstrar seus sentimentos, convencer alguém a fazer algo, entre outros; consequentemente, a linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
Obs.: Em um mesmo contexto, duas ou mais funções podem ocorrer simultaneamente: uma poesia em que o autor discorra sobre o que ele sente ao escrever poesias tem as linguagens poética, emotiva e metalinguística ao mesmo tempo.
Quando o objetivo do emissor é informar, ocorre a função referencial, também chamada de denotativa ou de informativa. São exemplos de função denotativa a linguagem jornalística e a científica. Por exemplo:
- Numa cesta de vime há um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pera.
O texto acima tem por objetivo informar o que contém a cesta, portanto sua função é referencial.
Ocorre a função conativa, ou apelativa, quando o emissor tenta convencer o receptor a praticar determinada ação. É comum o uso do verbo no Imperativo. Por exemplo:
- Compre aqui e concorra a este lindo carro
É uma tentativa do emissor de convencer o receptor a praticar a ação de comprar ali.
Quando o emissor demonstra seus sentimentos ou emite suas opiniões ou sensações a respeito de algum assunto ou pessoa, acontece a função emotiva, também chamada de expressiva. Por exemplo:
- Nós o amamos muito!
É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que explicam o significado de outra palavra. Por exemplo:
- Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as ideias para o papel, sinto-me realizado...
A função fática ocorre quando o emissor quebra a linearidade de sua comunicação, a fim de observar se o receptor o entendeu. São perguntas como não é mesmo?, você está entendendo?, cê tá ligado?, ouviram?, ou frases como alô!, oi.
É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias, em que as palavras são escolhidas e dispostas de maneira que se tornem singulares. Por exemplo:
CLÍMAX
No peito a mata
aperta o pranto
do olhar do louco
pra meia-lua.
aperta o pranto
do olhar do louco
pra meia-lua.
O clímax da noite,
escorrendo orvalho como estrelas,
refletindo nas águas
da cachoeira gelada.
escorrendo orvalho como estrelas,
refletindo nas águas
da cachoeira gelada.
Cabeça caída, cabelos escorridos,
pelos eriçados pela emoção nativista.
pelos eriçados pela emoção nativista.
Segurem as florestas, mãos fortes,
decididas!
decididas!
Ficar o vazio é não ter a noite
é não ter o clímax.
é não ter o clímax.
O clímax da vida!
(Dílson Catarino)
Nenhum comentário:
Postar um comentário