quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Substantivo


As palavras são classificadas de acordo com as funções exercidas nas orações.
Na língua portuguesa podemos classificar as palavras em:
  • Substantivo
  • Adjetivo
  • Pronome
  • Verbo
  • Artigo
  • Numeral
  • Advérbio
  • Preposição
  • Interjeição
  • Conjunção

1 Substantivo:

É a palavra variável que denomina qualidades, sentimentos, sensações, ações, estados e seres em geral.
Quanto a sua formação, o substantivo pode ser primitivo (jornal) ou derivado (jornalista), simples (alface) ou composto (guarda-chuva).
Já quanto a sua classificação, ele pode ser comum (cidade) ou próprio (Curitiba), concreto (mesa) ou abstrato (felicidade).
Os substantivos concretos designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tal: alma, fada, santo. Já os substantivos abstratos designam qualidade, sentimento, ação e estado dos seres: beleza, cegueira, dor, fuga.
Os substantivos próprios são sempre concretos e devem ser grafados com iniciais maiúsculas.
Certos substantivos próprios podem tornar-se comuns, pelo processo de derivação imprópria (um judas = traidor / um panamá = chapéu).
Os substantivos abstratos têm existência independente e podem ser reais ou não, materiais ou não. Quando esses substantivos abstratos são de qualidade tornam-se concretos no plural (riqueza X riquezas).
Muitos substantivos podem ser variavelmente abstratos ou concretos, conforme o sentido em que se empregam (a redação das leis requer clareza / na redação do aluno, assinalei vários erros).
Já no tocante ao gênero (masculino X feminino) os substantivos podem ser:
  • biformes: quando apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. (rato, rata ou conde X condessa).
  • uniformes: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos em:
  • epicenos: usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea) – albatroz, badejo, besouro, codorniz;
  • comum de dois gêneros: aqueles que designam pessoas, fazendo a distinção dos sexos por palavras determinantes – aborígine, camarada, herege, manequim, mártir, médium, silvícola;
  • sobrecomuns - apresentam um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos – algoz, apóstolo, cônjuge, guia, testemunha, verdugo;
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. (o cisma X a cisma / o corneta X a corneta / o crisma X a crisma / o cura X a cura / o guia X a guia / o lente X a lente / o língua X a língua / o moral X a moral / o maria-fumaça X a maria-fumaça / o voga X a voga).
Os nomes terminados em -ão fazem feminino em -ã, -oa ou -ona (alemã, leoa, valentona).
Os nomes terminados em -e mudam-no para -a, entretanto a maioria é invariável (monge X monja, infante X infanta, mas o/a dirigente, o/a estudante).
Quanto ao número (singular X plural), os substantivos simples formam o plural em função do final da palavra.vogal ou ditongo (exceto -ÃO): acréscimo de -S (porta X portas, troféu X troféus);ditongo -ÃO: -ÕES / -ÃES / -ÃOS, variando em cada palavra (pagãos, cidadãos, cortesãos, escrivães, sacristães, capitães, capelães, tabeliães, deães, faisães, guardiães).
  • Os substantivos paroxítonos terminados em -ão fazem plural em -ãos (bênçãos, órfãos, gólfãos). Alguns gramáticos registram artesão (artífice) – artesãos e artesão (adorno arquitetônico) – artesões.-EM, -IM, -OM, -UM: acréscimo de -NS (jardim X jardins);-R ou -Z: -ES (mar X mares, raiz X raízes);-S: substantivos oxítonos acréscimo de -ES (país X países). Os não-oxítonos terminados em -S são invariáveis, marcando o número pelo artigo (os atlas, os lápis, os ônibus), cais, cós e xis são invariáveis;-N: -S ou -ES, sendo a última menos comum (hífen X hifens ou hífenes), cânon > cânones;-X: invariável, usando o artigo para o plural (tórax X os tórax);-AL, EL, OL, UL: troca-se -L por -IS (animal X animais, barril X barris). Exceto mal por males, cônsul por cônsules, real (moeda) por réis, mel por méis ou meles;IL: se oxítono, trocar -L por -S. Se não oxítonos, trocar -IL por -EIS. (til X tis, míssil X mísseis.
  • .Observação: réptil / reptil por répteis / reptis, projétil / projetil por projéteis / projetis;sufixo diminutivo -ZINHO(A) / -ZITO(A): colocar a palavra primitiva no plural, retirar o -S e acrescentar o sufixo diminutivo (caezitos, coroneizinhos, mulherezinhas). Observação: palavras com esses sufixos não recebem acento gráfico.metafonia: -o tônico fechado no singular muda para o timbre aberto no plural, também variando em função da palavra. (ovo X ovos, mas bolo X bolos). 
  • Observação:avôs (avô paterno + avô materno), avós (avó + avó ou avô + avó).
  • Os substantivos podem apresentar diferentes graus, porém grau não é uma flexão nominal.
  •  São três graus: normal, aumentativo e diminutivo e podem ser formados através de dois processos:analítico: associando os adjetivos (grande ou pequeno, ou similar) ao substantivo;sintético: anexando-se ao substantivo sufixos indicadores de grau (meninão X menininho).
  • Certos substantivos, apesar da forma, não expressam a noção aumentativa ou diminutiva. (cartão, cartilha).alguns sufixos aumentativo: -ázio, -orra, -ola, -az, -ão, -eirão, -alhão, -arão, -arrão, -zarrão;alguns sufixos diminutivo: -ito, -ulo-, -culo, -ote, -ola, -im, -elho, -inho, -zinho (o sufixo -zinho é obrigatório quando o substantivo terminar em vogal tônica ou ditongo: cafezinho, paizinho);
O aumentativo pode exprimir desprezo (sabichão, ministraço, poetastro) ou intimidade (amigão); enquanto o diminutivo pode indicar carinho (filhinho) ou ter valor pejorativo (livreco, casebre).
Algumas curiosidades sobre os substantivos:
Palavras masculinas:ágape (refeição dos primitivos cristãos);anátema (excomungação);axioma (premissa verdadeira);caudal (cachoeira);carcinoma (tumor maligno);champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM classificam como gênero vacilante);diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno);herpes, hosana (hino);jângal (floresta da Índia);lhama, praça (soldado raso);praça (soldado raso);proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante);suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante);teiró (parte de arma de fogo ou arado);telefonema, trema, vau (trecho raso do rio).
Palavras femininas:abusão (engano);alcíone (ave doa antigos);aluvião, araquã (ave);áspide (reptil peçonhento);baitaca (ave);cataplasma, cal, clâmide (manto grego);cólera (doença);derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto);filoxera (inseto e doença);gênese, guriatã (ave);hélice (FeM classificam como gênero vacilante);jaçanã (ave);juriti (tipo de aves);libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino);sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa);usucapião (FeM classificam como gênero vacilante);xerox (cópia).
Gênero vacilante:acauã (falcão);inambu (ave);laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de autores pelo masculino);víspora.
Alguns femininos:abade – abadessa;abegão (feitor) – abegoa;alcaide (antigo governador) – alcaidessa, alcaidina;aldeão – aldeã;cantatriz;castelão (dono do castelo) – castelã;catalão – catalã;cavaleiro – cavaleira, amazona;charlatão – charlatã;coimbrão – coimbrã;cônsul – consulesa;comarcão – comarcã;cônego – canonisa;czar – czarina;deus – deusa, déiadiácono (clérigo) – diaconisa;doge (antigo magistrado) – dogesa;druida – druidesa;elefante – elefanta e aliá (Ceilão);embaixador – embaixadora e embaixatriz;ermitão – ermitoa, ermitã;faisão – faisoa (Cegalla), faisã;hortelão (trata da horta) – horteloa;javali – javalina;ladrão – ladra, ladroa, ladrona;felá (camponês) – felaína;flâmine (antigo sacerdote) – flamínica;frade – freira;frei – sóror;gigante – giganta;grou – grua;lebrão – lebre;maestro – maestrina;maganão (malicioso) – magana;melro – mélroa;mocetão – mocetona;oficial – oficiala;padre – madre;papa – papisa;pardal – pardoca, pardaloca, pardaleja;parvo – párvoa;peão – peã, peona;perdigão – perdiz;prior – prioresa, priora;mu ou mulo – mula;rajá – rani;rapaz – rapariga;rascão (desleixado) – rascoa;sandeu – sandia;sintrão – sintrã;sultão – sultana;tabaréu – tabaroa;varão – matrona, mulher;veado – veada;vilão – viloa, vilã.
Substantivos em -ÃO e seus plurais:
alão – alões, alãos, alães;aldeão – aldeãos, aldeões;capelão – capelães;castelão – castelãos, castelões;cidadão – cidadãos;cortesão – cortesãos;ermitão – ermitões, ermitãos, ermitães;escrivão – escrivães;folião – foliões;hortelão – hortelões, hortelãos;pagão – pagãos;sacristão – sacristães;tabelião – tabeliães;tecelão – tecelões;verão – verãos, verões;vilão – vilões, vilãos;vulcão – vulcões, vulcãos.
Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural:
abrolho, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, forro, fosso, imposto, jogo, miolo, poço, porto, posto, reforço, rogo, socorro, tijolo, toco, torno, torto, troco.
Substantivos só usados no plural:
anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs (cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo), endoenças (solenidades religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios (presente de núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas), matinas (breviário de orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos, prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos nomes de naipes.
Coletivos:
  • alavão – ovelhas leiteiras;
  • armento – gado grande (búfalos, elefantes);
  • assembléia (parlamentares, membros de associações);
  • atilho – espigas;
  • baixela – utensílios de mesa;
  • banca – de examinadores, advogados;
  • bandeira – garimpeiros, exploradores de minérios;
  • bando – aves, ciganos, crianças, salteadores;
  • boana – peixes miúdos;
  • cabido – cônegos (conselheiros de bispo);
  • cáfila – camelos;
  • cainçalha – cães;
  • cambada – caranguejos, malvados, chaves;
  • cancioneiro – poesias, canções;
  • caterva – desordeiros, vadios;
  • choldra, joldra – assassinos, malfeitores;
  • chusma – populares, criados;
  • conselho – vereadores, diretores, juízes militares;
  • conciliábulo – feiticeiros, conspiradores;
  • concílio – bispos;
  • canzoada – cães;
  • conclave – cardeais;
  • congregação – professores, religiosos;
  • consistório – cardeais;
  • fato – cabras;
  • feixe – capim, lenha;
  • junta – bois, médicos, credores, examinadores;
  • girândola – foguetes, fogos de artifício;
  • grei – gado miúdo, políticos;
  • hemeroteca – jornais, revistas;
  • legião – anjos, soldados, demônios;
  • malta – desordeiros;
  • matula – desordeiros, vagabundos;
  • miríade – estrelas, insetos;
  • nuvem – gafanhotos, pó;
  • panapaná – borboletas migratórias;
  • penca – bananas, chaves;
  • récua – cavalgaduras (bestas de carga);
  • renque – árvores, pessoas ou coisas enfileiradas;
  • réstia – alho, cebola;
  • ror – grande quantidade de coisas;
  • súcia – pessoas desonestas, patifes;
  • talha -lenha;
  • tertúlia – amigos, intelectuais;
  • tropilha – cavalos;
  • vara – porcos.
Substantivos compostos:
Os substantivos compostos formam o plural da seguinte maneira:
  • sem hífen formam o plural como os simples (pontapé/pontapés);
  • caso não haja caso específico, verifica-se a variabilidade das palavras que compõem o substantivo para pluralizá-los. São palavras variáveis: substantivo, adjetivo, numeral, pronomes, particípio. São palavras invariáveis: verbo, preposição, advérbio, prefixo;
  • em elementos repetidos, muito parecidos ou onomatopaicos, só o segundo vai para o plural (tico-ticos, tique-taques, corre-corres, pingue-pongues);
  • com elementos ligados por preposição, apenas o primeiro se flexiona (pés-de-moleque);
  • são invariáveis os elementos grão, grã e bel (grão-duques, grã-cruzes, bel-prazeres);
  • só variará o primeiro elemento nos compostos formados por dois substantivos, onde o segundo limita o primeiro elemento, indicando tipo, semelhança ou finalidade deste (sambas-enredo, bananas-maçã)
  • nenhum dos elementos vai para o plural se formado por verbos de sentidos opostos e frases substantivas (os leva-e-traz, os bota-fora, os pisa-mansinho, os bota-abaixo, os louva-a-Deus, os ganha-pouco, os diz-que-me-diz);
  • compostos cujo segundo elemento já está no plural não variam (os troca-tintas, os salta-pocinhas, os espirra-canivetes);
  • palavra guarda, se fizer referência a pessoa varia por ser substantivo. Caso represente o verbo guardar, não pode variar (guardas-noturnos, guarda-chuvas).

Tipos de discursos ( TIPOLOGIA TEXTUAL)


Discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre são três conceitos clássicos, amplamente estudados pela gramática tradicional, que designam três modos de reportar ou citar um ato de enunciação. Segue-se uma descrição sucinta de cada um dos processos.

Discurso Direto: processo de citação de uma voz que é introduzido por um verbo declarativo (como: dizer, afirmar,declarar, responder, confessar, indagar, continuar, replicar, perguntar etc.) e assinalado graficamente por dois pontos seguidos de mudança de linha e de um travessão para marcar que se trata de outra fala, como no exemplo seguinte:

"Virgília ouvia-me calada; depois disse:- Não escaparíamos talvez; ele iria ter comigo e matava-me do mesmo modo."Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

Existem outras possibilidades gráficas de marcar o discurso direto, como o uso de aspas, o uso do travessão ou até acolocação do enunciado entre vírgulas, seguido de um verbo declarativo.
"- Quer comprar alguma coisa? disse ela estendendo-me a mão."Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas
"(...) oito dias depois, como se eu estivesse no caminho de Damasco, ouvi uma voz misteriosa, que me sussurrou aspalavras da Escritura (Act., IX, 17) «Levanta-te, e entra na cidade»."Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

O discurso direto é uma operação que confere ao discurso a vivacidade e naturalidade típicas da oralidade, pelo recurso as interjeições, exclamações, vocativos e interrogações diretas, entre muitos outros elementos. 

Discurso Indireto: processo enunciativo em que um locutor incorpora outra voz diferente da sua, a voz de um enunciador. Em literatura, pode dizer-se que é um processo em que o narrador incorpora a voz de uma personagem. As falas do enunciador são também introduzidas por um verbo declarativo,  que aparecem sob a forma de uma frase completiva, como no exemplo seguinte:
"Alcancei-a a poucos passos, e jurei-lhe por todos os santos do céu que eu era obrigado a descer, mas que não deixava de lhe querer e muito; tudo hipérboles frias que ela escutou sem dizer nada."Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

O discurso indireto implica uma transposição ao nível da dêixis pessoal, temporal e espacial que está bem documentada nas gramáticas escolares e prescritivas. Seguem-se alguns exemplos desta transposição: 
  •  Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos na 1.ª e 2.ª pessoas gramaticais no discurso direto passam à 3.ª pessoa no discurso indireto;
  •  Verbos no Presente no discurso direto passam a Pretérito Imperfeito no discurso indireto;
  •  Verbos no Pretérito Perfeito no discurso direto passam a Pretérito Mais-que-Perfeito no discurso indireto;
  • Verbos no Imperativo no discurso direto passam a Conjuntivo no discurso indireto
  •  Advérbio de lugar <aqui> no discurso direto passa a <ali> no discurso indireto

Discurso Indireto Livre: Operação enunciativa, corrente apenas na literatura mais recente, em que a voz do narrador e a voz do personagem se confundem, sendo uma espécie de interseção   entre o discurso direto e o discurso indireto.Trata-se do ato de enunciação mais difícil de analisar em termos tradicionais, sendo por isso um tipo de enunciação muito estudado em análise do discurso, que o integra num tipo de discurso relatado.

Tradicionalmente,apresentam- as seguintes características: é um enunciado livre de subordinação sintática, não possuindo, portanto, as conjunções integrantes típicas do discurso indireto, o que permite aproximá-lo do discurso direto, mas apresenta transposições ao nível da dêixis pessoa, temporal e espacial que são típicas do discurso indireto. Veja-se o seguinte exemplo:

"O marquês e D. Diogo, sentados no mesmo sofá, um com a sua chazada de inválido, outro com um copo de St. Emilion,a que aspirava o bouquet, falavam também de Gambetta. O marquês gostava de Gambetta: fora o único que durante guerra mostrara ventas de homem; lá que tivesse «comido» ou que «quisesse comer» como diziam – não sabia nem lhe importava. Mas era teso! E o Sr. Grevy também lhe parecia um cidadão sério, ótimo para chefe de ..." 
Eça de Queirós, Os Maias


Estas operações enunciativas conheceram um tratamento especial no quadro da análise do discurso, especificamente à luz do conceito de polifonia, o que conduziu a uma renomeação terminológica. Assim, a reprodução de outras falas passou ser designada por discurso relatado (do francês, discours rapporté), termo que inclui o discurso direto, discurso indireto, o discurso indireto livre e uma quarta forma, o discurso direto livre, além de outras   formas híbridas fenômenos   de modalização, itálico, alusões, citações várias, etc.



Organização sintática

Organização sintática

Organização sintática é a competência de que devemos dispor para estruturar os elementos de uma frase, de uma oração, de modo a conferir clareza ao discurso.


Ei, parece que você se sentiu surpreso (a) ao se deparar com o título expresso no assunto principal desse nosso encontro, não é verdade? Gostaríamos então que você não se sentisse assim, pois um convite temos a lhe fazer. Sabe qual? Acesse o texto “Conhecendo a diferença entre classe e função , pois as informações que lá se encontram são essenciais ao seu aprendizado. Saiba que não estamos tratando de nada inusitado, ou seja, nada que ainda não discutimos anteriormente. Assim, para início de conversa, obviamente que você sabe que existem as classes gramaticais, ou seja, aquelas dez: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, etc., concorda?
Mas existem ainda as funções que elas desempenham quando estão inseridas em uma determinada oração, já que podem assumir diferentes papéis.  Entre eles a de sujeito, predicado, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, enfim, muitas são elas.
Assim, já que alguns conceitos foram relembrados, que tal analisarmos alguns exemplos para que assim possamos entender ainda mais, hein? Vamos lá???
A organização textual representa a habilidade de que dispomos para estruturar as frases e orações, de modo a torná-las claras e precisas

A organização textual representa a habilidade de que dispomos para estruturar as frases e orações, de modo a torná-las claras e precisas


Feliz, a garota entrou na sala de aula.
A garota entrou feliz na sala de aula.
A garota, feliz, entrou na sala de aula.
Perguntamos a você: Todos esses três enunciados linguísticos retratam a mesma ideia?
Certamente que sua reposta será positiva, haja vista que a ideia neles impressa é a mesma. Mas, então o que há de diferente?
Como você percebeu, a forma como estão dispostos os elementos em todos eles diversifica um pouco, você sabe por quê?
Ora, porque a nossa querida língua portuguesa nos possibilita a trabalhar, desde que tenhamos habilidade de organizar sintaticamente todos os elementos de uma oração, de forma distinta.
Assim, em todos os exemplos que nos deram suporte, constatamos que há a presença de um sujeito – a garota, de um predicado – entrou e de dois complementos – na sala e feliz.
Concluímos, após desenvolvermos esse agradável estudo, que a ideia continua sendo a mesma, mas a forma como os elementos se apresentaram dispostos é que se apresentou um pouco distinta.
Então não se esqueça de um importante detalhe: a organização sintática se caracteriza pelo modo como estruturamos os elementos de uma frase, de uma oração, de modo a tornar nosso discurso, objetivo, claro e preciso, ok? Sempre se lembrando de que para que isso ocorra se torna necessário também que tenhamos conhecimento das funções que uma determinada palavra desempenha dentro de uma oração.