quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Verbo:

É a palavra variável que exprime um acontecimento representado no tempo, seja ação, estado ou fenômeno da natureza.
Os verbos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas, obtém-se a seguinte classificação:
  • regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação;
  • irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As irregularidades podem aparecer no radical ou nas desinências (ouvir – ouço/ouve, estar – estou/estão);
Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que apresentam profundas irregularidades. São classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir.
  • defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo (falir – no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribuem-se em três grupos: impessoais, unipessoais (vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3ª pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com outros verbos;
  • abundantes – apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. Mais freqüente no particípio, devendo-se usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com ser e estar (aceito/aceitado, acendido/aceso – tenho/hei aceitado ≠ é/está aceito);
  • auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua significação. Presentes nos tempos compostos e locuções verbais;
  • certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se tornam partes integrantes deles. Nesses casos, o pronome não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixar-se etc.);
  • formas rizotônicas (tonicidade no radical – eu canto) e formas arrizotônicas (tonicidade fora do radical – nós cantaríamos).
Quanto à flexão verbal, temos:
  • número: singular ou plural;
  • pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª;
  • tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito, presente ou futuro). O modo imperativo só tem um tempo, o presente;
  • voz: ativa, passiva e reflexiva;
  • modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido).
As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função exclusivamente verbal. Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e forma de adjetivo, enquanto o gerúndio equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime.
Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os seguintes valores:
  • presente do indicativo: indica um fato real situado no momento ou época em que se fala;
  • presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético situado no momento ou época em que se fala;
  • pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada e concluída no passado;
  • pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída ou era uma ação costumeira no passado;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada mas não concluída no passado;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada;
  • futuro do presente do indicativo: indica um fato real situado em momento ou época vindoura;
  • futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado;
  • futuro do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso, hipotético, situado num momento ou época futura;
Quanto à formação dos tempos, os chamados tempos simples podem ser primitivos (presente e pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal) e derivados:
São derivados do presente do indicativo:
  • pretérito imperfeito do indicativo: TEMA do presente + VA (1ª conj.) ou IA (2ª e 3ª conj.) + Desinência número pessoal (DNP);
  • presente do subjuntivo: RAD da 1ª pessoa singular do presente + E (1ª conj.) ou A (2ª e 3ª conj.) + DNP;
Os verbos em -ear têm duplo “e” em vez de “ei” na 1ª pessoa do plural (passeio, mas passeemos).
  • imperativo negativo (todo derivado do presente do subjuntivo) e imperativo afirmativo (as 2ª pessoas vêm do presente do indicativo sem S, as demais também vêm do presente do subjuntivo).
São derivados do pretérito perfeito do indicativo:
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: TEMA do perfeito + RA + DNP;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: TEMA do perfeito + SSE + DNP;
  • futuro do subjuntivo: TEMA do perfeito + R + DNP.
  • São derivados do infinitivo impessoal:
  • futuro do presente do indicativo: TEMA do infinitivo + RA + DNP;
  • futuro do pretérito: TEMA do infinitivo + RIA + DNP;
  • infinitivo pessoal: infinitivo impessoal + DNP (-ES – 2ª pessoa, -MOS, -DES, -EM)
  • gerúndio: TEMA do infinitivo + -NDO;
  • particípio regular: infinitivo impessoal sem vogal temática (VT) e R + ADO (1ª conjugação) ou IDO (2ª e 3ª conjugação).
Quanto à formação, os tempos compostos da voz ativa constituem-se dos verbos auxiliares TER ou HAVER + particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal.
No modo Indicativo, os tempos compostos são formados da seguinte maneira:
  • pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (VP) [Tenho falado];
  • pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Tinha falado);
  • futuro do presente: futuro do presente do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Terei falado);
  • futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do auxiliar + particípio do VP (Teria falado).
No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte maneira:
  • pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tenha falado);
  • pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tivesse falado);
  • futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tiver falado).
Quanto às formas nominais, elas são formadas da seguinte maneira:
  • infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal do auxiliar + particípio do VP (Ter falado / Teres falado);
  • gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio do VP (Tendo falado).
O modo subjuntivo apresenta três pretéritos, sendo o imperfeito na forma simples e o perfeito e o mais-que-perfeito nas formas compostas. Não há presente composto nem pretérito imperfeito composto
Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz:
  • ativa: sujeito é agente da ação verbal;
  • passiva: sujeito é paciente da ação verbal;
A voz passiva pode ser analítica ou sintética:
  • analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo principal;
  • sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE (partícula apassivadora);
  • reflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal. Também pode ser recíproca ao mesmo tempo (acréscimo de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa do verbo);
Na transformação da voz ativa na passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar (ser na maioria das vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ele fez o trabalho – O trabalho foi feito por ele (mantido o pretérito perfeito do indicativo) / O vento ia levando as folhas – As folhas iam sendo levadas pelas folhas (mantido o gerúndio do verbo principal).
Alguns verbos da língua portuguesa apresentam problemas de conjugação. A seguir temos uma lista, seguida de comentários sobre essas dificuldades de conjugação.
  • Abolir (defectivo) – não possui a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, por isso não possui presente do subjuntivo e o imperativo negativo. (= banir, carpir, colorir, delinqüir, demolir, descomedir-se, emergir, exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir)
  • Acudir (alternância vocálica o/u) – presente do indicativo – acudo, acodes… e pretérito perfeito do indicativo – com u (= bulir, consumir, cuspir, engolir, fugir) / Adequar (defectivo) – só possui a 1ª e a 2ª pessoa do plural no presente do indicativo
  • Aderir (alternância vocálica e/i) – presente do indicativo – adiro, adere… (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir, divergir, ferir, sugerir)
  • Agir (acomodação gráfica g/j) – presente do indicativo – ajo, ages… (= afligir, coagir, erigir, espargir, refulgir, restringir, transigir, urgir)
  • Agredir (alternância vocálica e/i) – presente do indicativo – agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem (= prevenir, progredir, regredir, transgredir) / Aguar (regular) – presente do indicativo – águo, águas…, – pretérito perfeito do indicativo – agüei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar, minguar)
  • Aprazer (irregular) – presente do indicativo – aprazo, aprazes, apraz… / pretérito perfeito do indicativo – aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram
  • Argüir (irregular com alternância vocálica o/u) – presente do indicativo – arguo (ú), argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem – pretérito perfeito – argüi, argüiste… (com trema)
  • Atrair (irregular) – presente do indicativo – atraio, atrais… / pretérito perfeito – atraí, atraíste… (= abstrair, cair, distrair, sair, subtrair)
  • Atribuir (irregular) – presente do indicativo – atribuo, atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem – pretérito perfeito – atribuí, atribuíste, atribuiu… (= afluir, concluir, destituir, excluir, instruir, possuir, usufruir)
  • Averiguar (alternância vocálica o/u) – presente do indicativo – averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú), averiguamos, averiguais, averiguam (ú) – pretérito perfeito – averigüei, averiguaste… – presente do subjuntivo – averigúe, averigúes, averigúe… (= apaziguar)
  • Cear (irregular) – presente do indicativo – ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais, ceiam – pretérito perfeito indicativo – ceei, ceaste, ceou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos terminados em -ear: falsear, passear… – alguns apresentam pronúncia aberta: estréio, estréia…)
  • Coar (irregular) – presente do indicativo – côo, côas, côa, coamos, coais, coam – pretérito perfeito – coei, coaste, coou… (= abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar (regular) – presente do indicativo – comercio, comercias… – pretérito perfeito – comerciei… (= verbos em -iar , exceto os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar)
  • Compelir (alternância vocálica e/i) – presente do indicativo – compilo, compeles… – pretérito perfeito indicativo – compeli, compeliste…
  • Compilar (regular) – presente do indicativo – compilo, compilas, compila… – pretérito perfeito indicativo – compilei, compilaste…
  • Construir (irregular e abundante) – presente do indicativo – construo, constróis (ou construis), constrói (ou construi), construímos, construís, constroem (ou construem) – pretérito perfeito indicativo – construí, construíste…
  • Crer (irregular) – presente do indicativo – creio, crês, crê, cremos, credes, crêem – pretérito perfeito indicativo – cri, creste, creu, cremos, crestes, creram – imperfeito indicativo – cria, crias, cria, críamos, críeis, criam
  • Falir (defectivo) – presente do indicativo – falimos, falis – pretérito perfeito indicativo – fali, faliste… (= aguerrir, combalir, foragir-se, remir, renhir)
  • Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocálica e/i) – presente do indicativo – frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem – pretérito perfeito indicativo – frigi, frigiste…
  • Ir (irregular) – presente do indicativo – vou, vais, vai, vamos, ides, vão – pretérito perfeito indicativo – fui, foste… – presente subjuntivo – vá, vás, vá, vamos, vades, vão
  • Jazer (irregular) – presente do indicativo – jazo, jazes… – pretérito perfeito indicativo – jazi, jazeste, jazeu…
  • Mobiliar (irregular) – presente do indicativo – mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam – pretérito perfeito indicativo – mobiliei, mobiliaste… / Obstar (regular) – presente do indicativo – obsto, obstas… – pretérito perfeito indicativo – obstei, obstaste…
  • Pedir (irregular) – presente do indicativo – peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem – pretérito perfeito indicativo – pedi, pediste… (= despedir, expedir, medir) / Polir (alternância vocálica e/i) – presente do indicativo – pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem – pretérito perfeito indicativo – poli, poliste…
  • Precaver-se (defectivo e pronominal) – presente do indicativo – precavemo-nos, precaveis-vos – pretérito perfeito indicativo – precavi-me, precaveste-te… / Prover (irregular) – presente do indicativo – provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem – pretérito perfeito indicativo – provi, proveste, proveu… / Reaver (defectivo) – presente do indicativo – reavemos, reaveis – pretérito perfeito indicativo – reouve, reouveste, reouve… (verbo derivado do haver, mas só é conjugado nas formas verbais com a letra v)
  • Remir (defectivo) – presente do indicativo – remimos, remis – pretérito perfeito indicativo – remi, remiste…
  • Requerer (irregular) – presente do indicativo – requeiro, requeres… – pretérito perfeito indicativo – requeri, requereste, requereu… (derivado do querer, diferindo dele na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo e derivados, sendo regular)
  • Rir (irregular) – presente do indicativo – rio, rir, ri, rimos, rides, riem – pretérito perfeito indicativo – ri, riste… (= sorrir)
  • Saudar (alternância vocálica) – presente do indicativo – saúdo, saúdas… – pretérito perfeito indicativo – saudei, saudaste…
  • Suar (regular) – presente do indicativo – suo, suas, sua… – pretérito perfeito indicativo – suei, suaste, sou… (= atuar, continuar, habituar, individuar, recuar, situar)
  • Valer (irregular) – presente do indicativo – valho, vales, vale… – pretérito perfeito indicativo – vali, valeste, valeu…
Também merecem atenção os seguintes verbos irregulares:
  • Pronominais: Apiedar-se, dignar-se, persignar-se, precaver-se
Caber
  • presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem;
  • presente do subjuntivo: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam;
  • pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem;
  • futuro do subjuntivo: couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem.
Dar
  • presente do indicativo: dou, dás, dá, damos, dais, dão;
  • presente do subjuntivo: dê, dês, dê, demos, deis, dêem;
  • pretérito perfeito do indicativo: dei, deste, deu, demos, destes, deram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dera, deras, dera, déramos, déreis, deram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem;
  • futuro do subjuntivo: der, deres, der, dermos, derdes, derem.
Dizer
  • presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem;
  • presente do subjuntivo: diga, digas, diga, digamos, digais, digam;
  • pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram;
  • futuro do presente: direi, dirás, dirá, etc.;
  • futuro do pretérito: diria, dirias, diria, etc.;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem;
  • futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem;
Seguem esse modelo os derivados bendizer, condizer, contradizer, desdizer, maldizer, predizer.
Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: dito, bendito, contradito, etc.
Estar
  • presente do indicativo: estou, estás, está, estamos, estais, estão;
  • presente do subjuntivo: esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam;
  • pretérito perfeito do indicativo: estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem;
  • futuro do subjuntivo: estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem;
Fazer
  • presente do indicativo: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem;
  • presente do subjuntivo: faça, faças, faça, façamos, façais, façam;
  • pretérito perfeito do indicativo: fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem;
  • futuro do subjuntivo: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem.
Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e satisfazer.
Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: feito, desfeito, liquefeito, satisfeito, etc.
Haver
  • presente do indicativo: hei, hás, há, havemos, haveis, hão;
  • presente do subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam;
  • pretérito perfeito do indicativo: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem;
  • futuro do subjuntivo: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem.
Ir
  • presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão;
  • presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão;
  • pretérito imperfeito do indicativo: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam;
  • pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;
  • futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.
Poder
  • presente do indicativo: posso, podes, pode, podemos, podeis, podem;
  • presente do subjuntivo: possa, possas, possa, possamos, possais, possam;
  • pretérito perfeito do indicativo: pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem;
  • futuro do subjuntivo: puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem.
Pôr
  • presente do indicativo: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem;
  • presente do subjuntivo: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham;
  • pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham;
  • pretérito perfeito do indicativo: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem;
  • futuro do subjuntivo: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem.
Todos os derivados do verbo pôr seguem exatamente esse modelo: antepor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, opor, pospor, predispor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, supor, transpor são alguns deles.
Querer
  • presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem;
  • presente do subjuntivo: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram;
  • pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem;
  • futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem;
Saber
  • presente do indicativo: sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem;
  • presente do subjuntivo: saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam;
  • pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem;
  • futuro do subjuntivo: souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem.
Ser
  • presente do indicativo: sou, és, é, somos, sois, são;
  • presente do subjuntivo: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam;
  • pretérito imperfeito do indicativo: era, eras, era, éramos, éreis, eram;
  • pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;
  • futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.
As segundas pessoas do imperativo afirmativo são: sê (tu) e sede (vós).
Ter
  • presente do indicativo: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm;
  • presente do subjuntivo: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham;
  • pretérito imperfeito do indicativo: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham;
  • pretérito perfeito do indicativo: tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem;
  • futuro do subjuntivo: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem.
Seguem esse modelo os verbos ater, conter, deter, entreter, manter, reter.
Trazer
  • presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem;
  • presente do subjuntivo: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam;
  • pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram;
  • futuro do presente: trarei, trarás, trará, etc.;
  • futuro do pretérito: traria, trarias, traria, etc.;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem;
  • futuro do subjuntivo: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem.
Ver
  • presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem;
  • presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam;
  • pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem;
  • futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
Seguem esse modelo os derivados antever, entrever, prever, rever. Prover segue o modelo acima apenas no presente do indicativo e seus tempos derivados; nos demais tempos, comporta-se como um verbo regular da segunda conjugação.
Vir
  • presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm;
  • presente do subjuntivo: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham;
  • pretérito imperfeito do indicativo: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham;
  • pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram;
  • pretérito mais-que-perfeito do indicativo: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram;
  • pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem;
  • futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem;
  • particípio e gerúndio: vindo.
Seguem esse modelo os verbos advir, convir, desavir-se, intervir, provir, sobrevir.
O emprego do infinitivo não obedece a regras bem definidas.
O impessoal é usado em sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, o pessoal refere-se às pessoas do discurso, dependendo do contexto. Recomenda-se sempre o uso da forma pessoal se for necessário dar à frase maior clareza e ênfase.
Usa-se o impessoal:
  • sem referência a nenhum sujeito: É proibido fumar na sala;
  • nas locuções verbais: Devemos avaliar a sua situação;
  • quando o infinitivo exerce função de complemento de adjetivos: É um problema fácil de solucionar;
  • quando o infinitivo possui valor de imperativo – Ele respondeu: “Marchar!”
Usa-se o pessoal:
  • quando o sujeito do infinitivo é diferente do sujeito da oração principal: Eu não te culpo por saíres daqui;
  • quando, por meio de flexão, se quer realçar ou identificar a pessoa do sujeito: Foi um erro responderes dessa maneira;
  • quando queremos determinar o sujeito (usa-se a 3ª pessoa do plural): – Escutei baterem à porta.

Pronome

Pronome:

É palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome substantivo é aquele que substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo). Os pronomes pessoais são sempre substantivos.
Quanto às pessoas do discurso, a língua portuguesa apresenta três pessoas:
1ª pessoa – aquele que fala, emissor;
2ª pessoa – aquele com quem se fala, receptor;
3ª pessoa – aquele de que ou de quem se fala, referente.

Pronome pessoal:

Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe).
A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal:
Pronomes pessoais
NúmeroPessoaPronomes retosPronomes oblíquos
ÁtonosTônicos
singularprimeira
segunda
terceira
eu
tu
ele, ela
me
te
o, a, lhe, se
mim, comigo
ti, contigo
ele, ela,
 si, consigo
pluralprimeira
segunda
terceira
nós
vós
eles, elas
nos
vos
os, as, lhes, se
nós,
 conosco
vós, convosco
eles, elas,
si, consigo
Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento.
Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.
Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. Também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita.
Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição; enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou para (não expressas).
Apesar de serem usadas pouco, as formas mo, to, no-lo, vo-lo, lho e flexões resultam da fusão de dois objetos, representados por pronomes oblíquos (Ninguém mo disse = ninguém o disse a mim).
Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal.
Os pronomes o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função se sujeitos de infinitivo ou verbo no gerúndio, junto ao verbo fazer, deixar, mandar, ouvir e ver (Mandei-o entrar / Eu o vi sair / Deixei-as chorando).
A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular quanto no plural, levando o verbo para a 3ª pessoa.
Já as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.
Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos. Eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer).
Os pronomes acompanhados de só ou todos, ou seguido de numeral, assumem forma reta e podem funcionar como objeto direto (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles).
Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos – podem ter valor reflexivo e recíproco.
As formas si e consigo têm valor exclusivamente reflexivo e usados para a 3ª pessoa. Já conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios, numeral ou oração adjetiva).
Os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus).
Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele bem aqui).
Os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro / Pesavam-lhe os olhos), enquanto alguns átonos são partes integrantes de verbos como suicidar-se, apiedar-se, condoer-se, ufanar-se, queixar-se, vangloriar-se.
Já os pronomes oblíquos podem ser usados como expressão expletiva (Não me venha com essa).

Pronome possessivo:

Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.
São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas:
1ª pessoa: meu(s), minha(s) nosso(a/s);
2ª pessoa: teu(s), tua(s) vosso(a/s);
3ª pessoa: seu(s), sua(s) seu(s), sua(s).
Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase.
O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa – casa de quem?); pode também indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos).
Já nas expressões do tipo “Seu João”, seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor.

Pronome demonstrativo:

Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos.
As formas mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome demonstrativo.
Quanto ao emprego, os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira:
  • uso dêitico, indicando localização no espaço – este (aqui), esse (aí) e aquele (lá);
  • uso dêitico, indicando localização temporal – este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago);
  • uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito – este (novo enunciado) e esse (retoma informação);
  • o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence);
  • tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a “aquele”, “idêntico” (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as negociações / Não brigue por semelhante causa);
  • mesmo e próprio são demonstrativos, se precedidos de artigo, quando significarem “idêntico”, “igual” ou “exato”. Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries);
  • como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e segunda ocorrências, respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam calados: aquele amedrontado e esta calma / ou: esta calma e aquele amedrontado);
  • pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco);
  • podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite);
  • nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de “então” ou “nesse momento” (Nisso, ela entrou triunfante – nisso = advérbio).

Pronome relativo:

Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva.
Os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira: mento, armamentos. relativos são: que, quem e onde – invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).
Os relativos são chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde).
Quanto ao emprego, observa-se que os relativos são usados quando:
  • o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que lêem ou não);
  • como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava)
  • quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos;
  • quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição;
  • cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo.

Pronome indefinido:

Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.
São pronomes indefinidos de:
  • pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem;
  • lugares: onde, algures, alhures, nenhures;
  • pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada.
Sobre o emprego dos indefinidos devemos atentar para:
  • algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema);
  • cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma);
  • alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários)
  • bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim);
  • o pronome outrem equivale a “qualquer pessoa”;
  • o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje);
  • o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje);
  • existem algumas locuções pronominais indefinidas – quem quer que, o que quer, seja quem for, cada um etc.
  • todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para ver a banda ≠ Toda a cidade parou para ver a banda).

Pronome interrogativo:

São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou).
Alguns interrogativos podem ser adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?).

Adjetivo

Adjetivo

É a palavra variável que restringe a significação do substantivo, indicando qualidades e características deste. Mantém com o substantivo que determina relação de concordância de gênero e número.
  • adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a origem geográfica, normalmente são formados pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas por alagoano). Podem ser simples ou compostos, referindo-se a duas ou mais nacionalidades ou regiões; nestes últimos casos assumem sua forma reduzida e erudita, com exceção do último elemento (franco-ítalo-brasileiro).
  • locuções adjetivas: expressões formadas por preposição e substantivo e com significado equivalente a adjetivos (anel de prata = anel argênteo / andar de cima = andar superior / estar com fome = estar faminto).
São adjetivos eruditos:
  • açúcar – sacarino;
  • águia – aquilino;
  • anel – anular;
  • astro – sideral;
  • bexiga – vesical;
  • bispo – episcopal;
  • cabeça – cefálico;
  • chumbo – plúmbeo;
  • chuva – pluvial;
  • cinza – cinéreo;
  • cobra – colubrino, ofídico;
  • dinheiro – pecuniário;
  • estômago – gástrico;
  • fábrica – fabril;
  • fígado – hepático;
  • fogo – ígneo;
  • guerra – bélico;
  • homem – viril;
  • inverno – hibernal;
  • lago – lacustre;
  • lebre – leporino;
  • lobo – lupino;
  • marfim – ebúrneo, ebóreo;
  • memória – mnemônico;
  • moeda – monetário, numismático;
  • neve – níveo;
  • pedra – pétreo;
  • prata – argênteo, argentino, argírico;
  • raposa – vulpino;
  • rio – fluvial, potâmico;
  • rocha – rupestre;
  • sonho – onírico;
  • sul – meridional, austral;
  • tarde – vespertino;
  • velho, velhice – senil;
  • vidro – vítreo, hialino.
Quanto à variação dos adjetivos, eles apresentam as seguintes características:
O gênero é uniforme ou biforme (inteligente X honesto[a]). Quanto ao gênero, não se diz que um adjetivo é masculino ou feminino, e sim que tem terminação masculina ou feminina.
No tocante a número, os adjetivos simples formam o plural segundo os mesmos princípios dos substantivos simples, em função de sua terminação (agradável X agradáveis). Já os substantivos utilizados como adjetivos ficam invariáveis (blusas cinza).
Os adjetivos terminados em -OSO, além do acréscimo do -S de plural, mudam o timbre do primeiro -o, num processo de metafonia.
Quanto ao grau, os adjetivos apresentam duas formas: comparativo e superlativo.
O grau comparativo refere-se a uma mesma qualidade entre dois ou mais seres, duas ou mais qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade: tão alto quanto (como / quão); de superioridade: mais alto (do) que (analítico) / maior (do) que (sintético) e de inferioridade: menos alto (do) que.
O grau superlativo exprime qualidade em grau muito elevado ou intenso.
O superlativo pode ser classificado como absoluto, quando a qualidade não se refere à de outros elementos. Pode ser analítico (acréscimo de advérbio de intensidade) ou sintético (-íssimo, -érrimo, -ílimo). (muito alto X altíssimo)
O superlativo pode ser também relativo, qualidade relacionada, favorável ou desfavoravelmente, à de outros elementos. Pode ser de superioridade analítico (o mais alto de/dentre), de superioridade sintético (o maior de/dentre) ou de inferioridade (o menos alto de/dentre).
São superlativos absolutos sintéticos eruditos da língua portuguesa:
  • acre – acérrimo;
  • alto – supremo, sumo;
  • amável – amabilíssimo;
  • amigo – amicíssimo;
  • baixo – ínfimo;
  • cruel – crudelíssimo;
  • doce – dulcíssimo;
  • dócil – docílimo;
  • fiel – fidelíssimo;
  • frio – frigidíssimo;
  • humilde – humílimo;
  • livre – libérrimo;
  • magro – macérrimo;
  • mísero – misérrimo;
  • negro – nigérrimo;
  • pobre – paupérrimo;
  • sábio – sapientíssimo;
  • sagrado – sacratíssimo;
  • são – saníssimo;
  • veloz – velocíssimo.
Os adjetivos compostos formam o plural da seguinte forma:
  • têm como regra geral, flexionar o último elemento em gênero e número (lentes côncavo-convexas, problemas sócio-econômicos);
  • são invariáveis cores em que o segundo elemento é um substantivo (blusas azul-turquesa, bolsas branco-gelo);
  • não variam as locuções adjetivas formadas pela expressão cor-de-… (vestidos cor-de-rosa);
  • as cores: azul-celeste e azul-marinho são invariáveis;
  • em surdo-mudo flexionam-se os dois elementos.