terça-feira, 20 de março de 2012

O PODER DA LINGUAGEM

A linguagem verbal não só é um instrumento utilizado para a comunicação ou veiculação de informações, mas, principalmente, uma forma de mostrarmos socialmente aquilo que pensamos que somos, aquilo que entendemos do mundo,aquilo que gostaríamos que os outros enxergassem em nós. Ao mesmo tempo,vemos os outros de acordo com nossa perspectiva de mundo,aquele que introjetamos ao longo da vida. A relação entre pensamento e  linguagem verbal é muito próxima.
Quando falamos e escrevemos, desejamos exercer uma influência sobre um outro que nos escuta e lê; entretanto, esse outro também tem seus modos de pensar,ver, sentir e compreender a realidade, e com certeza vai situar na fala e na escrita o projeto que ele tem de vida.
A  língua é mediadora como intercâmbio cultural , assim como no jogo ela traduz o pensamento  e estratégias,colaborando para a comunicação.

DE DENTRO PRA FORA, DE FORA PRA DENTRO

''Liberdade pra dentro da cabeça',
canta o grupo Naritus.

Nós completaríamos: liberdade é podermos expressar aquilo que temos dentro da cabeça. Para isso precisamos articular o pensamento e expressá-lo sob forma de linguagem. Gestos,sons,imagens-- a linguagem para a expressão pode ser múltipla. O importante é que possamos colocar para fora o que pensamos.O problema que esse ''colocar pra fora"acaba sendo limitado pelas relações sociais.
Não estamos sós no mundo, e a vida pode ser comparada á brincadeira infantil cabo-de-guerra, aquela em que uma pessoa ou grupo de pessoas puxa a corda para o seu lado enquanto outros fazem o mesmo ladao oposto: um jogo de forças e habilidades em que se tem por finalidade participar e ganhar.
Uma das formas de expressão do pensamento é a linguagem verbal.articulada na forma da fala e da escrita. tendo como base uma língua.
A língua nesse sentido é a corda que, no exercício do jogo da linguagem, é esticada para um ou outro lado.
Quando nascemos herdamosá língua, mas é nas relações sociais que fazemos a linguagem,comunicamos nossos pensamentos,contruímos nossas relações.
Nesse sentido ganhar o jogo significa analisar as forças  e habilidades que tem uma língua como forma de expressão para ganhar o jogo das variedades linguísticas e conquistar assim" a liberdade".

segunda-feira, 19 de março de 2012

http://lojinhadabella.loja2.com.br/
  • Uma Frase

    A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados. René Descartes
  • DICAS E AFINS



    
      Abaixo, algumas das listas de dicas para aprimoramento do seu prazer de ler e escrever que publiquei ou linkei aqui no Livros e Afins desde a inauguração do blog.
    Você vai notar que dois ou três destes links levam a artigos de outros blogs. Para chegar à conclusão de que eram 221 dicas, somei a quantidade de dicas de cada post, o que torna o número 221 qualitativamente errado, mas quantitativamente correto.
    1. 10 dicas dos mestres para escrever melhor
    2. Como aprendi a gostar de ler com 11 atitudes simples de meus pais
    3. 9 dicas para ler todos os livros do vestibular em 30 minutos diários ou menos
    4. 21 dicas para conservar seus livros
    5. 10 dicas para você ler mais livros por ano
    6. Ler como objetivo e 5 dicas para que isso não seja uma obrigação
    7. 10 motivos para ler livros clássicos
    8. 10 motivos para ler livros atuais
    9. 12 dicas para aprimorar seu hábito de leitura
    10. 6 questões para saber se você deve guardar ou não um livro
    11. 8 métodos para ler um livro com mais eficiência
    12. 14 razões para você publicar sua obra na internet e não em um livro
    13. 15 exercícios para escrever melhor
    14. 8 exercícios divertidos para escrever melhor usando o seu livro favorito
    15. 9 modos simples de evitar erros de português e nunca mais passar vergonha
    16. 5 métodos infalíveis para que você nunca mais esqueça suas idéias
    17. 7 conselhos de Gabriel Garcia Márquez para escrever melhor
    18. A regra de ouro para o empréstimo de livros
    19. 13 sites de livros grátis
    20. 16 idéias criativas para guardar seus livros e… 1 pesadelo de qualquer bibliotecário
    21. 31 links para quem trabalha com palavras
    Espero que seja útil e divertido.                                                                             (A.D.)

    Revisão é tudo

    A importância que essa tarefa tem para um bom texto, literário ou não


    
     Vocês já leram livros post mortem ou publicações de anotações incompletas do autor? São publicações destinadas aos fãs; ninguém faz isso com um autor que já não seja muito famoso. Os poucos livros assim que li foram muito ruins. Sempre me pergunto se o autor do livro realmente gostaria que aquilo fosse publicado. Levar a público algo que não foi exaustivamente revisado é como aparecer numa festa algumas horas antes do previsto.
    A revisão é tudo. A escrita é um trabalho de lapidação e os melhores autores costumam ser os mais exigentes. Flaubert se queixava de passar o dia escrevendo e no final lhe sobrar apenas uma página. A boa escrita é assim. Ela não tem compromisso em manter várias páginas apenas porque elas demandaram tempo – o que não é ruim acaba sendo descartado. Ou no mínimo arquivado.  O compromisso com o leitor, a vontade de conseguir um bom efeito é maior.
    O momento de escrever e dizer todas as idéias é apenas o primeiro momento. Nele, nos asseguramos de que tudo estará lá – a boa ideia, a sequência de acontecimentos, onde chegar. Depois disso, é necessário deixar o texto descansar. Na hora, ele parecerá bem escrito. Apenas algumas horas depois, mais relaxado, o autor é capaz de ler com olhos de um estranho. Nesse momento, na revisão, ele perceberá:
    • erros de português;
    • repetição de palavras, expressões ou verbos;
    • incoerências;
    • informações redundantes;
    • maneiras mais elegantes de escrever a mesma coisa.
    • Às vezes, a diferença entre o original e o texto revisado é tão grande que nem parecem da mesma pessoa. O ofício de escrever, muito mais do que o das boas ideias, é a da boa escrita. Alguns livros contam coisas comuns, histórias que podem ser resumidas em poucos fatos ou fáceis de imaginar. A força está justamente na forma como é dito, como os personagens são apresentados, que sentimentos o leitor experimenta. A revisão é a parte do trabalho que garante tudo isso.
    • trechos mal explicados;
    • repetição de palavras, expressões ou verbos;
    • incoerências;
    • informações redundantes;
    • maneiras mais elegantes de escrever a mesma coisa.
    Às vezes, a diferença entre o original e o texto revisado é tão grande que nem parecem da mesma pessoa. O ofício de escrever, muito mais do que o das boas ideias, é a da boa escrita. Alguns livros contam coisas comuns, histórias que podem ser resumidas em poucos fatos ou fáceis de imaginar. A força está justamente na forma como é dito, como os personagens são apresentados, que sentimentos o leitor experimenta. A revisão é a parte do trabalho que garante tudo isso.                      (A.D.)

    ESCRITA X FALA

    Alguns textos são tão fluidos e tão próximos, que nos sentimos conversando com o autor numa mesa de bar. Essa impressão fica ainda maior quando o autor usa uma linguagem coloquial ou gírias. Autores famosos, como Saramago, fazem poucos parágrafos e economizam na pontuação, o que dá à sua escrita uma impressão de dinamismo. Essas e outras coisas podem passar a impressão de que o autor escreveu tudo rapidamente, que apenas escreveu o que ele falaria sobre o assunto. Garanto que isso não é verdade. Quanto mais fluidez e simplicidade um texto aparenta, mais trabalho de revisão ele teve.

    Clareza e brigas

    A escrita e a fala têm regras próprias. A fala é acompanhada de entonação, do cenário que é dita, de gestos, do olhar. A fala se acaba no ar assim que é pronunciada. A escrita não tem entonação, cenário, gestos e nem olhar – isso precisa ser recriado pelo escritor. Por isso vemos tantos equívocos e brigas geradas pela comunicação na internet – ao ler algo que escrevi, o leitor pode adivinhar o tom que quiser. Algo que numa conversa seria claramente uma brincadeira, por escrito pode parecer uma provocação.
    Ao mesmo tempo, a escrita tem sobre a fala a vantagem de ser permanente. Se alguém me diz algo e não estou prestando muita atenção, tenho que puxar da memória ou pedir para que repita, porque a informação foi perdida. Um texto deixa as palavras registradas, basta voltar e tudo estará lá da mesma maneira. Isso faz com que um texto não precise ter o mesmo número de repetições que a informação falada.

    Repetições

    Essa última característica – que um texto não precisa ter a mesma quantidade de repetições – é muito importante. Na fala estamos sempre repetindo as informações, seja uma palavra ou uma frase inteira – “eu acho que”, “aí eu disse”, “depois”, etc. Num texto, isso se torna cansativo. Para não cansar o leitor, o autor precisa buscar alternativas para não se repetir ao continuar no mesmo assunto. Pra isso vale abusar de palavras que nem sempre fazem parte do dia a dia, mas que por escrito ficam muito boas. Neste texto, eu alternei várias expressões (“alguns textos”, “essa impressão”, “essas e outras coisas”, “por isso”, “algo”, “ao mesmo tempo”, “isso faz”, “essa característica”), estabeleci comparações (“quanto mais”, “ao mesmo tempo”), conjuguei um verbo (“garanto”), comecei frases afirmativas com artigos (“a escrita”, “a fala”, “um texto”), dentre outras coisas. Tudo para tornar a experiência da leitura mais agradável, e desta forma evitar que as pessoas abandonem o meu texto logo no começo.

    Eu acho

    Se eu fosse falar sobre o assunto, provavelmente diria “eu acho”, “eu acho” quase o tempo todo. Todo mundo é viciado em algumas expressões ao falar. O vício pode ser terminar todas as frases com “né”, juntar todas as frases com “então”, “e aí, eu…” ou o imensamente irritante “tipo assim” que os adolescentes adoram. A pessoa não costuma notar suas próprias repetições, e mesmo quando percebe tem dificuldade de corrigir, porque a fala e o pensamento acontecem quase ao mesmo tempo. O que nos remete a outra vantagem do texto escrito: nele, há tempo de parar e corrigir. Antes de imprimir ou enviar, o autor pode reler o texto e lapidar, quantas vezes quiser. O melhor conselho para um bom texto é: não deixe de lado essa característica tão importante e exerça o direito de revisar!