sábado, 31 de março de 2012

A LÍNGUA PORTUGUESA

Aproximadamente , a sétima parte da terra se expressa em português, ou seja, 10.686.145 km2 estão sob o domínio político desse idioma,assim divididos: 8.516.037 km2  pertencentes ao brasil, 91,831 km2 a Portugal e 2.078.277 km2 às ex-colônias portuguesas na África, Ásia e Oceania.
O português, língua língua superada em número de falantes apenas pelo chinês,inglês,russo,hindu,árabe e espanhol, representa uma continuação histórica do latim;por isso pertence ao grupo das línguas neolatinas ou românicas do qual fazem parte também o espanhol,o catalão, o francês, o provençal, o italiano,o rético,o romeno,o sardo e o dalmático (hoje língua morta).
O latim era o idioma oficial do Império Romano. Como toda e qualquer língua, compreendia uma modalidade clássica,falada, e, sobretudo,escrita, pelas classes sociais mais elevadas,bastante uniforme em função da influência estabilizante do ensino e da cultura,e uma modalidade popular, despreocupada e espontânea, chamada latim vulgar.
Deste latim falado,sem pretensões literárias e muito diferente da forma clássica, derivam-se todas as línguas românicas ou neolatinas.
É claro que se pode objetar que nosso léxico não desprezou a forma clássica.
Roma tinha a vocação inata de conquista e chegou a ocupar territórios em toda a Europa (inclusive a Inglaterra), norte da África e Ásia.Esses territórios eram invadidos por soldados que falavam o latim vulgar.
Após a conquista, comerciantes e colonos romanos instalavam-se nessas regiões e intensificavam o intercâmbio lingüístico com os povos recém- conquistados.
O latim era imposto e aceito com relativa facilidade não só porque era uma língua mais evoluída que a dos povos vencidos,mas, sobretudo, por ser a língua dos vencedores.
Porém, nem todas as regiões invadidas pelos romanos adotaram o latim. No norte da África, a romanização não foi profunda e desapareceu sem deixar outros traços senão monumentos.No Oriente, as relações intelectuais foram de pouca importância,não chegando sequer a contaminar a cultura das regiões atingidas. Na Europa, houve territórios que,embora não tendo adotado a língua de Roma,incorporaram inúmeras palavras latinas ao seu vocabulário.
Quando os soldados romanos chegavam a esses territórios, já encontravam neles uma língua natural (diferente em cada região) que não era simplesmente abandonada ou esquecida pelos seus falantes.Ao contrário, o latim era adaptado aos seus hábitos fonéticos e palavras do seu idioma natural continuavam a ser utilizadas,mas sob uma forma latinizada.
A essas línguas naturais das diversas regiões, sobre os quais vai influir a nova língua recém-chegada e imposta pelos colonizadores,d´-se o nome de substrato.
A partir do século Vd.C., o Império Romano fragmenta-se e começa a ser invadido por povos bárbaros, mas que não impuseram sua língua. Ao contrário esses povos conquistadores adotaram a língua dos vencidos (o latim) e nela deixaram sua marca quase que somente no vocabulário.
A o conjunto de traços lingüísticos de um povo conquistador, quando ele os abandona para adotar a língua do povo vencido,dá-se o nome de superstrato.
O latim por influência do substrato e do superstrato, tornou-se cada vez mais dialetado e mais afastado da língua falada pelos conquistadores romanos. Houve, então, um período intermediário da evolução das línguas românicas durante o qual a língua utilizada não era a latina,tampouco as neolatinas atuais,mas o latim vulgar modificado pelos diferentes substratos regionais e pelos superstratos dos conquistadores bárbaros.
Foi o período chamado de  romanço ou romance.Então houve período para todas as línguas e  não se pode determinar com precisão o momento certo do aparecimento das línguas neolatinas;o que se sabe é que cada romance ,depois da queda do Império Romano, evoluiu diferentemente em cada região,segundo as próprias tendências.
Olavo Bilac, poeta parnasiano brasileiro, definiu o português como a última flor do lácio, numa referência á tardia consolidação dessa língua em relação ás outras línguas neolatinas. Como todas elas, o português originou-se do latim vulgar levado pelos soldados romanos,ainda antes da era cristã, á Península, anteriores á conquista romana,o mais importante foi o povo íbero.Gregos,fenicíos e cartagineses também ali  se estabeleceram,fundando várias cidades.


Por volta do séculoV a.C., um povo de origem germânica--- os celtas---se estabeleceu na Penísula Ibérica.
Fundindo-se  celtas e iberos formaram uma raça única: a celtibera, cuja língua constituirá o substrato peninsular em relação ao latim dos conquistadores.

sexta-feira, 30 de março de 2012

VARIANTE E NORMA PADRÃO

Muitas são as pessoas que  me perguntam á respeito desse tema.
Por saberem de meus conhecimentos na área...fico até um pouco lisonjeada com tamanha consideração quanto à  minha qualificação profissional; sou professora  licenciada em  Língua Portuguesa e literatura.
Então, muitos são os questionamentos e muitas são as respostas; respostas essas ,simples e precisas!
Eu  sempre procuro o caminho mais fácil para responder algumas perguntas.
Então vamos lá!!!kkk falando assim, parece que estou em uma sala de aula dando aula pra meus alunos.
Este é o principal objetivo do meu blog:
Disponibilizar os meus conhecimentos adquiridos e transmiti-lós para o mundo.



A  norma padrão é uma variante lingüística de determinado grupo social que impõem aos demais suas formas de uso ,como explicitei anteriormente em outro artigo.
Ela está intimamente interligada ao poder econômico, político e social
mas nem tudo é considerado certo ou errado porquê nem tudo o que falamos é adequado ou  inadequado;
O que existe na realidade é uma pressão social mantida em tabus  do falar certo ou errado e para preservar a nacionalidade  ainda existem algumas regrinhas básicas da gramática e que na escrita devemos seguir.Na escrita as regras são impostas; mas na fala ninguém sabe o que é exatamente a norma padrão.
Norma padrão é o conceito que damos á forma de escrever, do falar bem que aprendemos na escola.
A língua que aprendemos com a convivência com nossos pais ,avós ... e ao ingressar-se na escola aperfeiçoamos um tipo de linguagem ao qual chamamos de padrão; uma variedade universal.
Muitos falam ''particularmente'' uma linguagem culta, ou seja, a linguagem dos livros em si; já outros utilizam uma linguagem mais rebuscada " do dia á dia ' e há outros que ainda preferem estar na '' moda " mesclar linguagens".
O importante é comunicar-se!!!
E para não esquecer o significado de uma palavra basta consultar o nosso velho amigo "DICIONÁRIO"
 que por muitas vezes fica esquecido lá no cantinho da nossa estante.

VARIAÇÃO HISTÓRICA


A língua não se diversifica apenas no espaço social,pessoal ou interpessoal;
ela se diversifica também no tempo e no espaço.
Uma variante divulgada por um grupo social, em determinada época, pode ser abandonada no transcorrer do tempo, ficando sua marca somente nos registros escritos.
Tornando-se esquecida (arcaica) e sem uso; essas expressões  neologismos( ou contruções )ficam marcadas pelo momento histórico por grupos sociais de prestígio e acabam se juntando à língua como variantes aceitas e reconhecidas.

Em tempos de tecnologia, palavras vão sendo assimiladas, com os termos especifícos da informática, e outras vão adquirindo novos significados.
Cibertecnologia, mente de gaia, comunicação global, internet, noosfera...mundos virtuais e dentre outros termos com a mesma preteção vocabularia...às vezes eu dou risada sozinha, quando começo a procurar palavras e significados ...são tantas idéias afins que me perco na imensidão das letras....
É a chamada revolução da evolução das palavras...ham! achou engraçado!!! POIS É!
A língua está sempre em movimento ...ela não pará...está sempre modificando e nós temos que acompanhar a sua mudança...é como se todos os dias lançassem uma moda diferente, uma marca diferente de um produto...ontem eu era fã de Camões, e hoje sou fã da evolução da língua.
Um dos processos mais discutidos é o da variação entre as modalidades da linguagem verbal: a fala e a esescrita.
Apesar de complementares na comunicação, a escrita tem tomado  o espaço da fala e se constituído como modelo.
Falar  como se escreve é um desvio tão complicado quanto escrever como se fala.
Fala e escrita devem conviver e ajustar-se às intenções de seu uso informal e formal. A segunda, por sua natureza de registro permanente,tem regras menos flexíveis que a primeira,mas nem por isso deixa de apresentar seus gêneros discursivos,os tipos de textos, que impõem uma certa ordem à relação lingüística.
Em todos os casos, devemos estar atentos para a discriminação provocada pelo uso de variantes. Como cada variante representa um grupo social,é comum as variantes de grupos com menos destaque político, social e econômico serem desprestigiadas. Com isso surge o preconceito lingüístico-- as pessoas são julgadas pela fala/escrita que apresentam.

Dica de leitura: leia o livro" PRECONCEITO LINGÜÍSTICO"  DE MARCOS BAGNO,  e tenho certeza que essa história de preconceito não exista mais. O autor é muito claro em suas idéias  e consegue nos prender á leitura de uma forma muito instigante e objetiva.

Resumindo: O autor descreve de forma clara todas as mitilogias do preconceito.
Na verdade é uma descontrução de conceitos...Gramáticos e lingüístas em círculo de paradgmas....
Fiz até um trabalho de conclusão de curso com esse tema: LÍNGUA E LINGUAGEM , onde pude abordar sobre  temas específicos da Língua Portuguesa.
 Reconhecer as diferenças entre as variantes e o prestígio de uma sobre a outra, sabendo compreendê-las como uma forma de vida da língua,é um princípio de cidadania e de respeiro á diversidade; devemos dar voz a todos os que desejarem se expressar.Não há língua portuguesa certa ou errada;o que existe são variações de linguagem.

Esse tema é muito polêmico e cuidado , o próximo alvo poderá ser você, sua fala e sua escrita!!!!
ok!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

VARIAÇÃO GEOGRÁFICA

A variação geográfica é uma das mais discutidas no âmbito social e educacional.
Isso dá-se pelas variações de uma região para outra  dentro de um mesmo país que fala uma mesma língua.
A Língua Portuguesa por exemplo mostra diferenças de fala e escrita em Portugal e no Brasil, e mesmo dentro de Portugal e no Brasil temos regiões que apresentam marcas específicas, principalmente na fala.é como chamamos de (regionalismos,dialetos ou falares locais);essas diferenças se mostram mais claramente na pronúncia das palavras, nas construções sintáticas, nos significados dos determinadas expressões e no léxico.
A pronúncia é logo identificada  pelos falantes como identidade cultural, ou seja, da localização daquele falante na área geográfica.
Paulista, carioca, gaúcho, baiano. pernambucano, cearense... todos com sua identidade.
A variação geográfica é claramente identificada ,no mais, é a marca registrada de cada um.
Chamamos de" sotaque", ao som emitido pela voz do falante e que em muitos casos é sinal de preconceitos; esse tipo de variação difere das outras ,porque representa fatos sociais de uma determinada região e é interiorizada por todos os falantes, já que a sua aprendizagem ocorre, na maioria das vezes, no ambiente familiar e permanece como marca de identidade do grupo social.
Obs: Entretanto, os limites de uma comunidade lingüística não deve ser confundidos com os limites políticos de um Estado, região ou país(comportam-se como traços que identificam as comunidades e grupos; são fatos históricos e sociais).
Em muitos textos ,por exemplo, encontramos riquezas vocabulares maravilhosas e que dão significados a obra.
  • bandas populares
  • literatura de cordel, poema, poesias. contos, novelas de época...
Gosto muito da linguagem  e seus atributos, e claro não poderia esquecer-me de citar '' a grande voz do sertão, PATATIVA DO ASSARÉ ( Antônio Gonçalves da Silva), nosso considerado representante da  poesia nordestina.


Seus textos representam a fala cabocla, o linguajar da gente sertaneja com toda beleza de sua variedade.
Para quem gosta e aprecia eis aqui um trecho:

Dêrne que eu saí de casa
Nunca mais comi pirão
Mexido em prato de barro,
Como se faz no sertão.
Eu por aqui me aprumo,
Eu morro e não me acostumo
Com comida de pensão,
Que por mais que eu faça e escôia,
Só vejo fôia ,
E eu não sou lagarta ,não!

(...)

Deus é grande ,é poderoso,
É o mestre da santa paz,
Fez tantas coisa no mundo
Que os home morre e não faz,
Peleja, mas nem imita,
E o má é das mais bonita,
Das beleza que Deus fez,
Se eu não morrê brevemente,
Eu vorto cá novamente,
Pra vê o mar ôta vez...

                                         ( ASSARÉ, PATATIVA DO.Vou vortá.Cante lá que eu canto cá.Petrópolis:  vozes, 1978)


'' FALANDO" DE VARIAÇÕES

VARIAÇÃO ESTILÍSTICA
Não há falante/ escritor que fale/escreva da mesma forma.
Inicialmente, temos um estilo próprio que expressa nosso ponto de vista sobre o mundo e sociedade; ele é a bagagem que acumulamos com nossas experiências pessoais e únicas. Essas experiências se manifestam no nosso vocabulário,andar,comportamento e, lógico na nossa fala e escrita. São nossas escolhas pessoais da estrutura geral da língua: a gramática.
A gramática é entendida como um conjunto de regras, que se articulam com a combinação de elementos de um sistema comum a todos os falante.
Obs:  Em uma oração por exemplo podemos alterar vocábulos para dar sentido a frase mas não podemos modificar o seu determinante.(Nesse caso fizemos uma alteração semântica e não de ordem estrutural).
Quando articulamos a fala e a escrita, fazemos mais escolhas da ordem dos significados do que escolhas morfológicas e sintáticas.
Essas seleções pessoais estão interligadas, normalmente, com as situações de uso da língua.

VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL

Extremamente ligada à variação estilística está a variação sociocultural.
Destacam-se os usos diferenciados por faixa etária,principalmente os da crianças,jovens( a gíria) e dos idosos ( esses com termos e formas que vão caindo em desuso) os chamados arcaísmos.
Os jovens, em busca de identidade, costumam criar formas próprias de expressão, transformando o significado dos termos ou criando uma sintaxe própria. Essa variação está ligada propriamente a outra: a histórica.
Assim ,entre os jovens, temos as tribos dos surfistas, dos skatistas, dos rappers, dos mauricinhos, das patricinhas, dos punks, e assim por diante.
A variação de sexo se mostra nos termos utilizados por homens e mulheres. Por exemplo o uso de diminutivos é mais comum na fala das mulheres do que na fala dos homens.(isso é fato!) O homem se preocupa em não empregar uma terminologia feminina, mais afetiva, por conta da avaliação social "machista".
Outra variação bastante interessante é a de determinados grupo profissionais, também denominados "jargão", onde cada grupo têm terminologia própria, como médicos, professores, advogados, jogadores de futebol, policiais, vendedores, artistas, intelectuais  ou de qualquer outro grupo social.  Enfim, o homem e suas falas, em tantas e diferentes situações sociais.
Obs: Os intelectuais costumam falar por meio de alusões e citações, assim como os grupos religiosos em uma palestra por exemplo ,costuma pronunciar as palavras em uma linguagem propriamente contextual.

VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS

Podemos analisar o fenômeno da variação lingüítica de diversos modos:
  • Culturalista, em que a língua representa a experiência humana de modo específico sendo atualizada pela linguagem como um recorte comun da realidade interiorizada pelos falantes, que precisam da língua para construir seus referenciais mínimos de convivência; a relação entre língua e cultura é indissociável, uma vez que a interriorização da primeira permite a expressão da segunda.
  • Comunicativa, em que a língua representa a instituição de regras que determinam e demostram as possibilidades comunicativas; estão embutidos na língua os comportamentos e atitudes possíveis para o uso  dela em situações de linguagem; cada ato verbal resulta de um processo intencional de ação sobre o outro, visando transformar pensamentos e ações.
Independentemente do enfoque, ambas posições concordam com o fato de que a variação é a seiva que mantém a língua viva e de que é imposs[ível impedi-la --- por mais que se tente fossilizar a língua , ditando regras a serem seguidas, ela sempre surpreende com sua diversidade.
Isso ocorre porque a língua é uma herança, ao mesmo tempo cultural e social,e nem mesmo o discurso da globalização consegue apagar os traços humanos da diversidade e da identidade.
Obs: Se a língua é um pertence social, é também algo que pertence a cada falante, e cada um tem um estilo próprio de manejar esse objeto social comum.

terça-feira, 20 de março de 2012

TECENDO IDÉIAS...

"No século  passado, os senhores falavam e os escravos se calavam".
Eis que não vale mais!!!
Eureka!
Parece que agora vamos conseguir tecer as idéias....
O falar/ calar está intimamente relacionado á história das hierarquias sociais e se  reproduz de várias maneiras as situações comunicativas.
Em outros casos, a relação entre os falantes é mais sutil. Em situações de fala o embate de idéias é uma constante. O jogo  de palavras tece as relações entre os indivíduos; É comum em uma conversa discutirmos algo do interesse de ambas as partes. Há um ditado popular que diz:" Mulher, religião e futebol não se discute!!!.Pois bem, há assuntos, temas e pontos de vista que não permitem o diálogo.Não quero ser de forma alguma preconceituosa...até por motivos éticos...a linguagem como sabemos é plurilinguística...e associamos à nossa maneira  ao bem estar social, e assim construímos histórias.
Qualquer ato de fala  situa-se em um contexto sociocultural e reflete para as relações entre as pessoas...independente de regras  ou não, o comportamento humano varia, assim como a língua em seu contexto histórico.