segunda-feira, 2 de abril de 2012

POESIA E PROSA

A literatura tem duas formas de manifestação: a poesia e a prosa. Os limites entre uma e outra são imprecisos e cada vez menos nítidos, pois com muita frequência se podem encontrar na prosa contemporânea características que por muito tempo foram atribuídas com exclusividade à poesia.
A palavra'' poesia '' provém do grego poíesis, que significa " ação de fazer,criar alguma coisa".
Na construção de um texto poético, ou poema, colaboram principalmente o uso conotativo das palavras e seu valor sonoro, com os quais lida a criatividade do artista,Assim o fazer poético, o trabalho de ampliar a significação das palavras, abrindo-se a uma maior gama de interpretações, aliá-se à exploração do que palavras e frases têm de musical e melodioso.
A palavra "prosa" provém da expressão latina "oratione" prosa, que significa "discurso livre",em linha reta.
Prosa é uma forma de composição em que o uso conotativo das palavras é limitado, persistindo em elevado grau de denotação.

Apresento-vos algumas dicas básicas:
  1. ao conjunto  formado pelos jogos de conteúdos e de sons  definimos como" poesia".
  2. a poesia apresenta ritmos marcados pela musicalidade.
  3. a prosa tem sua entoação proveniente da organização lógica do discurso;
  4. os poemas, apresentam-se em formas de versos sequenciais de sílabas poéticas;
  5. a   prosa , os textos são formados em forma de parágrafos.

A LITERATURA

A literatura é uma arte. Ela participa,com as outras formas de manifestação artística, de um esforço humano para melhor compreender a realidade que nos cerca. A arte , em geral, traduz a necessidade humana de ampliar a compreensão do mundo. Com esse intuito, o artista toma a realidade como ponto de partida e , captando seus dados essenciais, recria-se como objeto artístico,em um processo do qual participam sua sensibilidade e seu poder imaginativo.Nesse trabalho de ampliação e redefinição de limites,o artista se vale dos meios e técnicas que são característicos da sua linguagem artística.

PORTUGUÊS DO BRASIL

Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil em 1500.A partir daí, toda nossa história reflete um processo de mestiçagem e interpretação de culturas.
Nos primeiros tempos de colonização, o tupi,conhecido pelos portugueses como língua geral,chegou a ultrapassar em difusão o próprio português.
Muito simples foneticamente, sem conjugação nem declinação, o tupi foi utilizado pelos jesuítas na sua obra de catequese e pelos comerciantes em seus negócios com a popula´~ao local.
Em 1759, com a expulsão dos jesuítas, o uso da língua geral foi proibido no Brasil. Sua contribuição fundamental para o português deu-se no léxico Calcula-se que existam cerca de dez mil palavras de origem tupi no vocabulário português do Brasil.
Entre essas palavras encontramos,por exemplo,topônimos;nomes de pessoas; substantivos referentes á  flora e à fauna nacionais; nomes de utensílios, crenças, enfermidades, fenômenos da natureza;  frases e expressões e verbos adaptados à morfologia portuguesa.
Cedo, no entanto, os portugueses perceberam que o índio era pouco apto para os trabalhos da agricultura. Houve a necessidade de indivíduos mais fortes, primeiro para o cultivo da cana-de-açúcar e mais tarde para o trabalho nas minas. Da África foram trazidos negros e escravizados.
N a Bahia, onde se fixaram os sudaneses, a língua africana geral foi o nagô ou ioruba. No resto do país, a língua foi o quimbundo, falado pelos negros da familía banto.
Obrigados ao contato com os senhores brancos, os negros adotaram como segunda língua o crioulo português do tipo nagô ou quibundo, segundo a região que viviam. Muitas vezes, esses dois crioulos fundiram-se entre si ou com o crioulo tupi e influenciaram profundamente a fala brasileira.
Além do tupi e das línguas africanas, o português do Brasil foi enriquecido com vocábulos de línguas indígenas da América.

sábado, 31 de março de 2012

A LÍNGUA PORTUGUESA

Aproximadamente , a sétima parte da terra se expressa em português, ou seja, 10.686.145 km2 estão sob o domínio político desse idioma,assim divididos: 8.516.037 km2  pertencentes ao brasil, 91,831 km2 a Portugal e 2.078.277 km2 às ex-colônias portuguesas na África, Ásia e Oceania.
O português, língua língua superada em número de falantes apenas pelo chinês,inglês,russo,hindu,árabe e espanhol, representa uma continuação histórica do latim;por isso pertence ao grupo das línguas neolatinas ou românicas do qual fazem parte também o espanhol,o catalão, o francês, o provençal, o italiano,o rético,o romeno,o sardo e o dalmático (hoje língua morta).
O latim era o idioma oficial do Império Romano. Como toda e qualquer língua, compreendia uma modalidade clássica,falada, e, sobretudo,escrita, pelas classes sociais mais elevadas,bastante uniforme em função da influência estabilizante do ensino e da cultura,e uma modalidade popular, despreocupada e espontânea, chamada latim vulgar.
Deste latim falado,sem pretensões literárias e muito diferente da forma clássica, derivam-se todas as línguas românicas ou neolatinas.
É claro que se pode objetar que nosso léxico não desprezou a forma clássica.
Roma tinha a vocação inata de conquista e chegou a ocupar territórios em toda a Europa (inclusive a Inglaterra), norte da África e Ásia.Esses territórios eram invadidos por soldados que falavam o latim vulgar.
Após a conquista, comerciantes e colonos romanos instalavam-se nessas regiões e intensificavam o intercâmbio lingüístico com os povos recém- conquistados.
O latim era imposto e aceito com relativa facilidade não só porque era uma língua mais evoluída que a dos povos vencidos,mas, sobretudo, por ser a língua dos vencedores.
Porém, nem todas as regiões invadidas pelos romanos adotaram o latim. No norte da África, a romanização não foi profunda e desapareceu sem deixar outros traços senão monumentos.No Oriente, as relações intelectuais foram de pouca importância,não chegando sequer a contaminar a cultura das regiões atingidas. Na Europa, houve territórios que,embora não tendo adotado a língua de Roma,incorporaram inúmeras palavras latinas ao seu vocabulário.
Quando os soldados romanos chegavam a esses territórios, já encontravam neles uma língua natural (diferente em cada região) que não era simplesmente abandonada ou esquecida pelos seus falantes.Ao contrário, o latim era adaptado aos seus hábitos fonéticos e palavras do seu idioma natural continuavam a ser utilizadas,mas sob uma forma latinizada.
A essas línguas naturais das diversas regiões, sobre os quais vai influir a nova língua recém-chegada e imposta pelos colonizadores,d´-se o nome de substrato.
A partir do século Vd.C., o Império Romano fragmenta-se e começa a ser invadido por povos bárbaros, mas que não impuseram sua língua. Ao contrário esses povos conquistadores adotaram a língua dos vencidos (o latim) e nela deixaram sua marca quase que somente no vocabulário.
A o conjunto de traços lingüísticos de um povo conquistador, quando ele os abandona para adotar a língua do povo vencido,dá-se o nome de superstrato.
O latim por influência do substrato e do superstrato, tornou-se cada vez mais dialetado e mais afastado da língua falada pelos conquistadores romanos. Houve, então, um período intermediário da evolução das línguas românicas durante o qual a língua utilizada não era a latina,tampouco as neolatinas atuais,mas o latim vulgar modificado pelos diferentes substratos regionais e pelos superstratos dos conquistadores bárbaros.
Foi o período chamado de  romanço ou romance.Então houve período para todas as línguas e  não se pode determinar com precisão o momento certo do aparecimento das línguas neolatinas;o que se sabe é que cada romance ,depois da queda do Império Romano, evoluiu diferentemente em cada região,segundo as próprias tendências.
Olavo Bilac, poeta parnasiano brasileiro, definiu o português como a última flor do lácio, numa referência á tardia consolidação dessa língua em relação ás outras línguas neolatinas. Como todas elas, o português originou-se do latim vulgar levado pelos soldados romanos,ainda antes da era cristã, á Península, anteriores á conquista romana,o mais importante foi o povo íbero.Gregos,fenicíos e cartagineses também ali  se estabeleceram,fundando várias cidades.


Por volta do séculoV a.C., um povo de origem germânica--- os celtas---se estabeleceu na Penísula Ibérica.
Fundindo-se  celtas e iberos formaram uma raça única: a celtibera, cuja língua constituirá o substrato peninsular em relação ao latim dos conquistadores.

sexta-feira, 30 de março de 2012

VARIANTE E NORMA PADRÃO

Muitas são as pessoas que  me perguntam á respeito desse tema.
Por saberem de meus conhecimentos na área...fico até um pouco lisonjeada com tamanha consideração quanto à  minha qualificação profissional; sou professora  licenciada em  Língua Portuguesa e literatura.
Então, muitos são os questionamentos e muitas são as respostas; respostas essas ,simples e precisas!
Eu  sempre procuro o caminho mais fácil para responder algumas perguntas.
Então vamos lá!!!kkk falando assim, parece que estou em uma sala de aula dando aula pra meus alunos.
Este é o principal objetivo do meu blog:
Disponibilizar os meus conhecimentos adquiridos e transmiti-lós para o mundo.



A  norma padrão é uma variante lingüística de determinado grupo social que impõem aos demais suas formas de uso ,como explicitei anteriormente em outro artigo.
Ela está intimamente interligada ao poder econômico, político e social
mas nem tudo é considerado certo ou errado porquê nem tudo o que falamos é adequado ou  inadequado;
O que existe na realidade é uma pressão social mantida em tabus  do falar certo ou errado e para preservar a nacionalidade  ainda existem algumas regrinhas básicas da gramática e que na escrita devemos seguir.Na escrita as regras são impostas; mas na fala ninguém sabe o que é exatamente a norma padrão.
Norma padrão é o conceito que damos á forma de escrever, do falar bem que aprendemos na escola.
A língua que aprendemos com a convivência com nossos pais ,avós ... e ao ingressar-se na escola aperfeiçoamos um tipo de linguagem ao qual chamamos de padrão; uma variedade universal.
Muitos falam ''particularmente'' uma linguagem culta, ou seja, a linguagem dos livros em si; já outros utilizam uma linguagem mais rebuscada " do dia á dia ' e há outros que ainda preferem estar na '' moda " mesclar linguagens".
O importante é comunicar-se!!!
E para não esquecer o significado de uma palavra basta consultar o nosso velho amigo "DICIONÁRIO"
 que por muitas vezes fica esquecido lá no cantinho da nossa estante.

VARIAÇÃO HISTÓRICA


A língua não se diversifica apenas no espaço social,pessoal ou interpessoal;
ela se diversifica também no tempo e no espaço.
Uma variante divulgada por um grupo social, em determinada época, pode ser abandonada no transcorrer do tempo, ficando sua marca somente nos registros escritos.
Tornando-se esquecida (arcaica) e sem uso; essas expressões  neologismos( ou contruções )ficam marcadas pelo momento histórico por grupos sociais de prestígio e acabam se juntando à língua como variantes aceitas e reconhecidas.

Em tempos de tecnologia, palavras vão sendo assimiladas, com os termos especifícos da informática, e outras vão adquirindo novos significados.
Cibertecnologia, mente de gaia, comunicação global, internet, noosfera...mundos virtuais e dentre outros termos com a mesma preteção vocabularia...às vezes eu dou risada sozinha, quando começo a procurar palavras e significados ...são tantas idéias afins que me perco na imensidão das letras....
É a chamada revolução da evolução das palavras...ham! achou engraçado!!! POIS É!
A língua está sempre em movimento ...ela não pará...está sempre modificando e nós temos que acompanhar a sua mudança...é como se todos os dias lançassem uma moda diferente, uma marca diferente de um produto...ontem eu era fã de Camões, e hoje sou fã da evolução da língua.
Um dos processos mais discutidos é o da variação entre as modalidades da linguagem verbal: a fala e a esescrita.
Apesar de complementares na comunicação, a escrita tem tomado  o espaço da fala e se constituído como modelo.
Falar  como se escreve é um desvio tão complicado quanto escrever como se fala.
Fala e escrita devem conviver e ajustar-se às intenções de seu uso informal e formal. A segunda, por sua natureza de registro permanente,tem regras menos flexíveis que a primeira,mas nem por isso deixa de apresentar seus gêneros discursivos,os tipos de textos, que impõem uma certa ordem à relação lingüística.
Em todos os casos, devemos estar atentos para a discriminação provocada pelo uso de variantes. Como cada variante representa um grupo social,é comum as variantes de grupos com menos destaque político, social e econômico serem desprestigiadas. Com isso surge o preconceito lingüístico-- as pessoas são julgadas pela fala/escrita que apresentam.

Dica de leitura: leia o livro" PRECONCEITO LINGÜÍSTICO"  DE MARCOS BAGNO,  e tenho certeza que essa história de preconceito não exista mais. O autor é muito claro em suas idéias  e consegue nos prender á leitura de uma forma muito instigante e objetiva.

Resumindo: O autor descreve de forma clara todas as mitilogias do preconceito.
Na verdade é uma descontrução de conceitos...Gramáticos e lingüístas em círculo de paradgmas....
Fiz até um trabalho de conclusão de curso com esse tema: LÍNGUA E LINGUAGEM , onde pude abordar sobre  temas específicos da Língua Portuguesa.
 Reconhecer as diferenças entre as variantes e o prestígio de uma sobre a outra, sabendo compreendê-las como uma forma de vida da língua,é um princípio de cidadania e de respeiro á diversidade; devemos dar voz a todos os que desejarem se expressar.Não há língua portuguesa certa ou errada;o que existe são variações de linguagem.

Esse tema é muito polêmico e cuidado , o próximo alvo poderá ser você, sua fala e sua escrita!!!!
ok!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

VARIAÇÃO GEOGRÁFICA

A variação geográfica é uma das mais discutidas no âmbito social e educacional.
Isso dá-se pelas variações de uma região para outra  dentro de um mesmo país que fala uma mesma língua.
A Língua Portuguesa por exemplo mostra diferenças de fala e escrita em Portugal e no Brasil, e mesmo dentro de Portugal e no Brasil temos regiões que apresentam marcas específicas, principalmente na fala.é como chamamos de (regionalismos,dialetos ou falares locais);essas diferenças se mostram mais claramente na pronúncia das palavras, nas construções sintáticas, nos significados dos determinadas expressões e no léxico.
A pronúncia é logo identificada  pelos falantes como identidade cultural, ou seja, da localização daquele falante na área geográfica.
Paulista, carioca, gaúcho, baiano. pernambucano, cearense... todos com sua identidade.
A variação geográfica é claramente identificada ,no mais, é a marca registrada de cada um.
Chamamos de" sotaque", ao som emitido pela voz do falante e que em muitos casos é sinal de preconceitos; esse tipo de variação difere das outras ,porque representa fatos sociais de uma determinada região e é interiorizada por todos os falantes, já que a sua aprendizagem ocorre, na maioria das vezes, no ambiente familiar e permanece como marca de identidade do grupo social.
Obs: Entretanto, os limites de uma comunidade lingüística não deve ser confundidos com os limites políticos de um Estado, região ou país(comportam-se como traços que identificam as comunidades e grupos; são fatos históricos e sociais).
Em muitos textos ,por exemplo, encontramos riquezas vocabulares maravilhosas e que dão significados a obra.
  • bandas populares
  • literatura de cordel, poema, poesias. contos, novelas de época...
Gosto muito da linguagem  e seus atributos, e claro não poderia esquecer-me de citar '' a grande voz do sertão, PATATIVA DO ASSARÉ ( Antônio Gonçalves da Silva), nosso considerado representante da  poesia nordestina.


Seus textos representam a fala cabocla, o linguajar da gente sertaneja com toda beleza de sua variedade.
Para quem gosta e aprecia eis aqui um trecho:

Dêrne que eu saí de casa
Nunca mais comi pirão
Mexido em prato de barro,
Como se faz no sertão.
Eu por aqui me aprumo,
Eu morro e não me acostumo
Com comida de pensão,
Que por mais que eu faça e escôia,
Só vejo fôia ,
E eu não sou lagarta ,não!

(...)

Deus é grande ,é poderoso,
É o mestre da santa paz,
Fez tantas coisa no mundo
Que os home morre e não faz,
Peleja, mas nem imita,
E o má é das mais bonita,
Das beleza que Deus fez,
Se eu não morrê brevemente,
Eu vorto cá novamente,
Pra vê o mar ôta vez...

                                         ( ASSARÉ, PATATIVA DO.Vou vortá.Cante lá que eu canto cá.Petrópolis:  vozes, 1978)