Aproximadamente , a sétima parte da terra se expressa em português, ou seja, 10.686.145 km2 estão sob o domínio político desse idioma,assim divididos: 8.516.037 km2 pertencentes ao brasil, 91,831 km2 a Portugal e 2.078.277 km2 às ex-colônias portuguesas na África, Ásia e Oceania.
O português, língua língua superada em número de
falantes apenas pelo chinês,inglês,russo,hindu,árabe e espanhol, representa uma continuação histórica do latim;por isso pertence ao grupo das
línguas neolatinas ou românicas do qual fazem parte também o espanhol,o catalão, o francês, o provençal, o italiano,o rético,o romeno,o sardo e o dalmático (hoje língua morta).
O
latim era o idioma oficial do Império Romano. Como toda e qualquer língua, compreendia uma modalidade clássica,falada, e, sobretudo,escrita, pelas classes sociais mais elevadas,bastante uniforme em função da influência estabilizante do ensino e da cultura,e uma modalidade popular, despreocupada e espontânea, chamada latim vulgar.
Deste latim falado,sem pretensões literárias e muito diferente da forma clássica, derivam-se todas as línguas românicas ou neolatinas.
É claro que se pode objetar que nosso léxico não desprezou a forma clássica.
Roma tinha a vocação inata de conquista e chegou a ocupar territórios em toda a Europa (inclusive a Inglaterra), norte da África e Ásia.Esses territórios eram invadidos por soldados que falavam o latim vulgar.
Após a conquista, comerciantes e colonos romanos instalavam-se nessas regiões e intensificavam o intercâmbio lingüístico com os povos recém- conquistados.
O latim era imposto e aceito com relativa facilidade não só porque era uma língua mais evoluída que a dos povos vencidos,mas, sobretudo, por ser a língua dos vencedores.
Porém, nem todas as regiões invadidas pelos romanos adotaram o latim. No norte da África, a romanização não foi profunda e desapareceu sem deixar outros traços senão monumentos.No Oriente, as relações intelectuais foram de pouca importância,não chegando sequer a contaminar a cultura das regiões atingidas. Na Europa, houve territórios que,embora não tendo adotado a língua de Roma,incorporaram inúmeras palavras latinas ao seu vocabulário.
Quando os soldados romanos chegavam a esses territórios, já encontravam neles uma língua natural (diferente em cada região) que não era simplesmente abandonada ou esquecida pelos seus falantes.Ao contrário, o latim era adaptado aos seus hábitos fonéticos e palavras do seu idioma natural continuavam a ser utilizadas,mas sob uma forma latinizada.
A essas línguas naturais das diversas regiões, sobre os quais vai influir a nova língua recém-chegada e imposta pelos colonizadores,d´-se o nome de substrato.
A partir do século Vd.C., o Império Romano fragmenta-se e começa a ser invadido por povos bárbaros, mas que não impuseram sua língua. Ao contrário esses povos conquistadores adotaram a língua dos vencidos (o latim) e nela deixaram sua marca quase que somente no vocabulário.
A o conjunto de traços lingüísticos de um povo conquistador, quando ele os abandona para adotar a língua do povo vencido,dá-se o nome de superstrato.
O latim por influência do substrato e do superstrato, tornou-se cada vez mais dialetado e mais afastado da língua falada pelos conquistadores romanos. Houve, então, um período intermediário da evolução das línguas românicas durante o qual a língua utilizada não era a latina,tampouco as neolatinas atuais,mas o latim vulgar modificado pelos diferentes substratos regionais e pelos superstratos dos conquistadores bárbaros.
Foi o período chamado de romanço ou romance.Então houve período para todas as línguas e não se pode determinar com precisão o momento certo do aparecimento das línguas neolatinas;o que se sabe é que cada romance ,depois da queda do Império Romano, evoluiu diferentemente em cada região,segundo as próprias tendências.
Olavo Bilac, poeta parnasiano brasileiro, definiu o português como a última flor do lácio, numa referência á tardia consolidação dessa língua em relação ás outras línguas neolatinas. Como todas elas, o português originou-se do latim vulgar levado pelos soldados romanos,ainda antes da era cristã, á Península, anteriores á conquista romana,o mais importante foi o povo íbero.Gregos,fenicíos e cartagineses também ali se estabeleceram,fundando várias cidades.
Por volta do séculoV a.C., um povo de origem germânica--- os celtas---se estabeleceu na Penísula Ibérica.
Fundindo-se celtas e iberos formaram uma raça única: a celtibera, cuja língua constituirá o substrato peninsular em relação ao latim dos conquistadores.